quinta-feira, 8 de março de 2007

Apedeuta, noçoguia, molusco, escolha o nome você que lê.

Antes de mais nada preciso admitir uma coisa, pois podem me acusar de nomes e atitudes que não são verdadeiras: eu sempre votei na esquerda, e em todas as eleições presidenciais que ele participou - com exceção da última, em que anulei meu voto - sempre votei no Lula.

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Dito isso, também quero deixar claro que nunca mais voto em Lula. Sou um dos orfãos da esquerda, aquele monte de gente que tinha uma renca de esperanças de que quando a esquerda fosse eleita, tudo seria diferente, tudo mudaria para melhor, especialmente as questões éticas e sociais; ou seja, eu era (e tomara que tenha aprendido a lição) mais uma besta sebastianista que achava que alguém - ou, no meu caso, alguma vertente ideológica - iria nos salvar dos desatinos políticos, da corrupção, da bandalheira, da canalhice e de tanta coisa que vemos diariamente que nos espezinham, nos humilham e nos reduzem.

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Dito tudo isso, quero colocar aqui um trecho de mais um brilhante discurso feito pelo presidente, que me permito o direito de chamar de besta completa. Depois comento.

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"Vamos fazer o combate à hipocrisia no País. Preservativo tem que ser doado e ensinado como usar. Sexo tem que ser feito e ensinado como fazer, somente assim teremos um País livre da aids";-"Não tem como carimbar na testa de um adolescente quando é momento de começar a fazer sexo. Sexo é uma coisa que quase todo mundo gosta, é uma necessidade orgânica do ser humano, portanto o que nós precisamos fazer é ensinar";-"É preciso melhorar a massa encefálica dentro do cérebro para as pessoas compreenderem que as mulheres devem ser respeitadas".

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Esse trecho é um primor da obra luliana. Não satisfeito em querer "ensinar a fazer sexo", o que por si só já é um arroubo que navega entre a tentação ditatorial e a estultice completa, ele também filosofa sobre necessidades ou desejos (prefiro ver assim, para me diferenciar das feras) inerentes ao ser humano - uma necessidade orgânica. Pobres iogues e monges que se privam dessa necessidade orgânica, provavelmente enlouquecem em seus claustros. Mas como se tudo já não fosse muito, ele ainda pespega essa tirada digna de figurar no "Pérolas do Orkut", querendo melhorar "a massa encefálica dentro do cérebro das pessoas". Isso eu não comento, não posso descer tanto.

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Me espanta o digno sujeito querer agora que as escolas ensinem sexo aos alunos, se não conseguem sequer ensinar a raciocinar, a fazer contas, a interpretar um texto. Escolas que tem níveis tão ridículos de aproveitamento, agora teriam que se prestar a ensinar "necessidades orgânicas" para seus alunos. Não importa o que pais pensem, não importa a linha educacional das escolas, agora terão que invadir a privacidade e ensinar sexo.

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Ensinar sexo seguro é uma coisa, isso que esse lunático falou é sandice. E não se trata de preconceito burguês ou segregação de castas ou ranço "daselitez", o que se trata agora é de perceber que o avião está sem piloto. O gracioso batedor de penalti (descalço, suarento e todo amarfanhado, como cabe a um presidente da república) quer saber-se conhecedor de políticas públicas de educação sexual.

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Boris Casoy diria em seus bons tempos que isso "é uma vergonha". Eu digo que é uma merda.

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Há braços!

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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei

eduardoinimigo@gmail.com

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Um comentário:

Chawca disse...

Necessidade organica foi uma das piores coisas que ja ouvi na vida....

Vergonha de ser governado por um sem noção desse tipo...