quarta-feira, 31 de janeiro de 2007
Cover é brega? Quando é do Kiss, SIM!
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Eduardo Mesquita
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O Império KISS vai dominar o mundo!
Banda Kiss cria empresa de quadrinhos e conta sua história em HQs
da Folha Online
com Reuters, em Los Angeles
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O grupo musical Kiss juntou-se ao Platinum Studios para criar uma nova empresa de histórias em quadrinhos chamada Kiss Comics Group. No mercado editorial, não é a primeira vez que membros de uma banda aparecem nos quadrinhos, mas a produção dos personagens pela própria banda é fato inédito. A marca Kiss Catalog LTd., dirigida pelos membros fundadores Gene Simmons e Paul Stanley, produzirá seus próprios personagens.
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A parceria pretende expandir a imagem de seus personagens em plataformas multimídias com o lançamento de produtos licenciados --roupas, videogames, quadrinhos para celulares, revistas e conteúdo na internet, cinema e televisão.
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O primeiro lançamento da KCG será Kiss 4k; uma história sobre a transformação de Simmons, Stanley e outros membros da banda de estrelas do rock em "espíritos guerreiros de proteção do mundo". A Kiss 4k será lançada com o preço de US$ 50, prometendo ser a maior revista em quadrinhos já publicada.
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A Platinum, dona de projetos como "Cowboys e Aliens", que será lançado pela Sony Pictures, espera turbinar as vendas com a base de fãs internacionais e de várias gerações da banda marcando presença também nos 4.000 sites de fãs ao redor do mundo. A HQ será lançada simultaneamente nos Estados Unidos, França, Alemanha, Itália e Espanha.
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Os membros da banda disseram que estarão envolvidos em todas as decisões cotidianas da empresa. "Os quadrinhos do Kiss do passado eram licenças, não eram parte da mitologia", afirmou o chairman da Platinum, Scott Mitchell Rosenberg. "Todos nós estamos trabalhando juntos, eles [Simmons e Stanley] importam-se com cada quadro da revista assim como as imagens de camisetas".
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Eduardo Mesquita
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terça-feira, 30 de janeiro de 2007
Orelhas vendidas separadamente
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Eduardo Mesquita
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15:57
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Trânsito - local de animais (feras e bestas)
As estradas que levam para fora do Rio nos fins de semana deste verão estão mostrando que o carioca é o mais novo londrino residente no Brasil. Não pela cortesia, pelos gestos discretos ou pelo vocabulário gentil, mas pela tranqüilidade com que a grande maioria bota o carro do lado esquerdo da pista e dane-se quem vem atrás.
Não há sinal de luz, buzina ou seta capaz de lembrá-la que aqui, como em toda a América e na maior parte dos países, trafega-se pela direita da pista e ultrapassagens são feitas pela esquerda. No Rio, enfileiram-se 15, 20 veículos atrás de um idiota que trafega pela esquerda, não raro abaixo do limite de velocidade estabelecido para o trecho.
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Eduardo Mesquita
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15:05
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sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
Documentos formais não precisam ser formais
Ou seja, é um papel e papel aceita tudo, então o artista faz as exigências e coloca seus pedidos, o produtor de eventos negocia e chegam todos a um meio termo justo e racional.
Existem modelos e formas de se fazer isso, mas tem gente que leva isso ao estado de arte. Iggy Pop por exemplo. Vejam abaixo – em tradução livre e irresponsável – trechos retirados de um rider enviado pela produção do iguana que contempla em DEZOITO páginas todos os detalhes à respeito da produção do show. É hilário! Aparentemente escrito pelo roadie da banda, o frito Jos Grain.
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“Aparentemente estaremos na sua área, tocando em um concerto, e você vai proporcionar os equipamentos básicos. Bão demais! Está sentado confortavelmente? Então vou começar...”
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“3 Amplificadores Marshall JCM 800 100 watts – que tenham sido testados recentemente. E quando eu digo “recentemente”, eu não quero dizer “em algum momento nas três semanas que antecederam a ocasião em que caíram 5 metros do topo do galpão em que estávamos pendurando-o, depois que ele veio daquele evento da Xavasca Palhaça Inane onde eles tiveram a Competição de Mijar no Amplificador Marshall (se ele fez fumaça e faíscas saíram, e você ainda está vivo depois disso, nós te daremos uma garrafa de cerveja. E um passeio no skate da banda. E alguma maquiagem de palhaço). E o som que ele fez ao bater no concreto!! Bad-oi-oi-oi-oing!! Como nós rimos!!”
Não! Eu quero dizer recentemente. Dentro do período de uma memória. Preferencialmente a memória de um peixe dourado.”
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“1 kit de peles de bateria com pedaços de fita adesiva amarela pregados, e a palavra “FRENTE” em caneta marca-texto em um lado. Vamos chamar este de lado da frente. Ah não, eu me confundi todo.”
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“Nós precisaremos de um homem no monitor que fale bom inglês e que não tenha medo de morrer. (Só brincando... será?)”
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E aí depois de uma longa história sobre um show em Santiago de Compostela, ele explica sobre a necessidade do homem do monitor.:
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“Enfim, onde eu estava? Ah sim... nós não temos o nosso próprio homem do monitor, porque no futuro os robôs trabalharão para nós e farão do mundo um lugar melhor.”
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“Nas próximas páginas você encontrará o mapa de palco e uma lista. Não é excitante?? Eu aposto que agora você está super feliz de ter escolhido essa carreira no mercado de produção musical...”
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“Nós tínhamos um designer para a luz uma vez, mas ele enlouqueceu então atiramos nele. Foi a coisa mais linda. Agora ele é uma forma diferente de luz, um dos pequenos gobos de Deus no Dimmer do Paraíso.”
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E então ele reclama como um fanático do uso desmedido e exagerado das luzes. Sobre fumaça, eis o comentário:
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“Sobre a fumaça, se você puder guardá-la para mandar mensagens para povos das tribos indígenas norte-americanas, eu, Grande Chefe Detonador de Bateria, serei muito feliz.”
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E novamente reclamando do uso exagerado das luzes, principalmente nos olhos do cantor – Iggy:
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“Algumas vezes fazemos shows em que o designer de luz (operador pra nós) tenta sutilmente ligar os spots no meio do show. Infelizmente, se isso acontecer, será minha incumbência achar o operador depois do show e devorar a família dele toda.”
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E sobre câmera-men invadindo o palco com seus “cabo-men”, a explicação é clara:
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“Ninguém vai ganhar um Oscar para cameramen. Não é necessário e é horrível. Ah sim, e Iggy ADORA quebrar câmeras, então realmente o melhor é não chegar muito perto dele. Claro, eu estarei próximo para tentar evitar que ele destrua seu equipamento, infelizmente, só existe uma pessoa que eu possa me lembrar que gosta mais de quebrar câmeras que ele, e SOU EU.”
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No camarim:
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“Um pacote de cartas de baralho para pôquer. Para mim. No caso de eu querer fazer alguns truques com cartas. Ou no caso de alguma das namoradas dos caras da banda curtir um joguinho rápido de strip pôquer enquanto a banda toca.”
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“Um pouco de gengibre, mel, limões e uma faca afiada, para que possamos fazer chá de gengibre, mel e limões. Deus sabe porque. E um pouco de pólvora chinesa. Para que possamos explodir o camarim. Isso é uma piada, a propósito. Que bom que isso não é um aeroporto...”
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“Um jornal de língua inglesa como o New York Times, o Miami Herald. Ou o Guardian (o meu favorito). Ou uma cópia do USA Today que tenha alguma história sobre pessoas morbidamente obesas. Muito divertido!”
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“1 caixa de garrafas de boa cerveja Premium. Você decide qual. Mas lembre-se, eu posso lhe pedir para experimentar uma garrafa, então compre algo que presta!! Aqui uma dica – a marca provavelmente não vai começar com a letra “B” e terminar com “udweiser”.”
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“6 garrafas de cerveja sem álcool. O saxofonista gosta de misturar isso com o whisky dele. E com vodka. E com outra cerveja, provavelmente. Isso caracteriza um problema de bebida?”
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“Couve flor e brócolis. Corte em pedaços pequenos e jogue imediatamente no lixo!! Eu odeio aquela merda!”
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“10 pacotes de cigarro Espírito Americano. Atualmente eu sei que a não ser que você viva nos EUA você não vai encontrar desses. Mas eles são fantásticos! São feitos de puro tabaco orgânico sem nenhum aditivo. Isso é brilhante, não é mesmo? Eles devem ser muito bons para você. De fato, que se foda, eu vou voltar a fumar de novo. Pela minha saúde.”
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“E eu acho que é só isso. Aah, não, esperai. Uma moto BMW K1200 RS SE. Azul e prateada é a mais linda. Bem, não custa tentar, né?”
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E ao final do rider, do suposto documento, o maluco que assina com o nome de Jos Grain oferece uma “receita” de reality show, em que apreciadores de cachorro teriam que comer cachorros – da sua marca favorita – para poder ganhar o show. Completamente doido! E isso num documento formal – ou qualquer coisa perto disso – usado para concluir uma negociação de show. Bom viver em um mundo onde seriedade não precisa ser idêntica a falta de bom humor.
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Há braços!
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Eduardo Mesquita
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quinta-feira, 25 de janeiro de 2007
quarta-feira, 24 de janeiro de 2007
Desculpas
Para todos que vieram aqui nos últimos dias e não viram nenhuma mudança, acharam que o blog tinha morrido, me perdoem. Tive problemas com o Blogger, mas estou de volta (eu acho) e o blog vai voltar à vibrar.
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Mortos serão os espaços e os vazios que ficaram por aqui esse tempo, porque a natureza detesta o vazio.
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Obrigado pela atenção e visitas constantes!
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
eduardoinimigo@gmail.com
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Eduardo Mesquita
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terça-feira, 16 de janeiro de 2007
Ainda falando de religião...
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Aí você encontra mais tirinhas desse fritíssimo André Dahmer. Adoro Os Malvados, e recomendo.
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Esse André e o maluco do Galvão são dois dos melhores nessa área hoje no país, disparado. Tirinhas do Galvão você encontra regularmente na coluna do Luciano "Carioca", na Dynamite On Line, www.dynamite.com.br na coluna vizinha à minha.
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
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Eduardo Mesquita
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quinta-feira, 11 de janeiro de 2007
Misógino, homófobo, racista, infanticida, genocida, pestilento... esse é Deus? - parte 1
Enfim, eis o texto, e fala de um livro lançado recentemente que coloca os adjetivos do título do post em Deus. Um Deus genocida, pestilento, infanticida, homófobo, misógeno e mais um monte de outras coisas sem dúvida chama atenção, mas porque será dito tudo isso?
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Concordar ou não é a provocação primária, mas somente isso não é o suficiente, ao final do texto ele coloca umas perguntas que sempre me incomodaram realmente e que finalmente alguém colocou em palavras de forma organizada.
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Enfim, eis o texto. Divirta-se e reflita.

Santa ilusão
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Eduardo Mesquita
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é punição, penitência, castigo... esse é Deus? - parte 2
Dizer o que do texto do Schwartsman (post acima)? É brilhante. Simplesmente brilhante, principalmente porque levanta dúvidas que eu sempre tive, coisas que sempre me irritaram profundamente, mas que nem sei se tinha clareza ou discernimento pra entender.
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Então minhas verdades agnósticas não são tão dignas quanto as verdades religiosas de outra pessoa? Porque é tão crível os fatos relatados biblicamente, que olhados de forma desinteressada beiram a ficção científica ou delírios? Então a religião é um fato imprescindível ou não?
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Já conversei sobre religião com uma mulher que é muito importante pra mim e nem sempre concordei com suas opiniões, mas sempre aceitei suas posições. Pensando igual ou diferente, é sempre interessante perceber como a mesma religião significa coisas distintas para pessoas distintas, e nisso não existe nenhuma grande descoberta, mas digo isso porque o Deus que me “venderam” quando criança era punitivo, era vingativo, era cruel e vigilante. Como eu poderia respeitar essa criatura? Eu só conseguia ter medo, quando me lembrava dele, como por exemplo na época da primeira comunhão, eu que eu teria que me confessar.
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A idéia de ter que contar para um padre todas as maluquices que eu aprontava já me desesperava, mas mais desesperado ainda eu ficava ao pensar que não adiantava não contar ao padre, porque DEUS JÁ SABIA! Ele estava de olho em mim o tempo inteiro!
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Religião deveria ser uma coisa para libertar, para mostrar caminhos, para amparar, e não para punir e limitar a vida do indivíduo. Se a sua religião te proíbe de fazer coisas que o seu bom senso autoriza, a lei permite (hehe) e te dá prazer, então muda de religião, abandona isso agora. Não te faz bem.
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Além disso tudo nunca concordei com a postura punitiva desse Deus que me apresentaram, quando – por exemplo – ele matou o rapaz que tentou equilibrar a Arca da Aliança na carruagem/carroça que a transportava. Ela ia cair, porfavor!! Mas o rapaz tenta ser gentil e atencioso, proteger a Arca e cai fulminado porque somente os sacerdotes poderiam tocar na Arca. Ou seja, as leis e regras eram mais importantes que a vida de um dedicado cidadão.
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Alguém pode me dizer que essa foi a transcrição do Velho Testamento e que afinal de contas a Bíblia foi escrita por homens. Não me abala razão, ainda posso ser chamado seguramente de cético por somente confiar e acreditar em coisas que compreendo e – maravilha quando isso ocorre – toco!
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Esse Deus punição, esse Deus medo, esse Deus castigo, sentado em seu trono imperial talvez tenha sido o primeiro rei de quem eu me tornei O INIMIGO.
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
eduardoinimigo@gmail.com
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Eduardo Mesquita
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ou apoio... esse é Deus? - parte 3 e final
Esse é o seu Deus, você que chegou até aqui? Apoio, força, carinho e respeito? Se for, então eu também o respeito, continuo não acreditando, mas respeito. Pois que sirva para isso e a fé é valiosa, de outra forma viveríamos melhor sem ela.
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
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Eduardo Mesquita
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13:39
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Fé demais não cheira bem! Parte Segunda
O juiz da 1ª Vara Criminal de São Paulo, Paulo Antonio Rossi, deve encaminhar pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo de extradição para o Brasil dos fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Sônia Haddad Moraes Hernandes e Estevam Hernandes Filho. Os dois foram detidos ontem em Miami (Estados Unidos) por declararem falsamente à alfândega norte-americana que não carregavam mais de US$ 10 mil. O casal portava, entretanto, US$ 56 mil em espécie.
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Essa é parte da notícia sobre a prisão dos donos, master franqueadores da Igreja Renascer, e deve estar em um monte de jornais do país inteiro. Esse trecho eu retirei do http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u88515.shtml só para ilustrar.
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Você também acha um absurdo e se sente enojado de ver gente se valer da boa-fé e da crença de outras pessoas para ganhar dinheiro de forma fraudulenta e desonesta. Nessas horas até eu - agnóstico convicto - quero acreditar em inferno, porque gente assim precisa ir pro inferno.
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Mas se te parece uma coisa de grande canalhas e bandidos, que conseguem montar uma igreja e ganhar dinheiro, dá uma olhada nisso:
Faça você também: reúna um mínimo de oito amigos ou desconhecidos, tanto faz, lavre uma ata desta reunião, bole um nome chamativo, escreva um estatuto com as regras de funcionamento e os preceitos da igreja, siga até o cartório mais próximo e registre os documentos. Pronto, você nem precisa ter uma sede própria, pode começar pregando na Praça da Sé ou ali na frente do Teatro Municipal, dois redutos dos neopentecostais mais apocalípticos. De posse do registro, vem o mais interessante: inscreva-se para obter um cartão especial do CNPJ, o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, e boa sorte, amigo, segura na mão de Deus e vai. A inscrição pode ser feita até aqui pela Internet, fácil, fácil.
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Esse trecho foi retirado do artigo do Xico Sá no http://ponteaereasp.nominimo.com.br/ e mostra o tanto que é fácil montar uma igreja e sair ganhando dinheiro de gente crédula. Parece brincadeira, mas ele e o Cazé (da MTv) chegaram a fundar uma igreja para um piloto de um programa tempos atrás, e fizeram isso com extrema facilidade. Para vocês terem idéia do absurdo que isso pode chegar, você pode abrir uma igreja e usar essa igreja como laranja de qualquer pilantra, porque a igreja tem isenção fiscal e um monte de benefícios legais. E aí surgem maluquices de todos os jeitos.
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Você achou que a Bola de Neve Church era uma idéia de doidos, com um nome engraçado? Então o que você acha de "Igreja Evangélica Pentecosental Cuspe de Cristo". Não acredita? É igreja registrada com templo e tudo em São paulo. Ou ainda a "Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés A que Engole as Outras"? Parece piada, eu sei, mas é real. Tem ainda a "Igreja Associação dos Homens de Negócios do Evangelho Pleno" e a do "Papagaio que Ora a Bíblia", juro. Existe um site chamado Igrejologia, de um rapaz evangélico do Rio, que vive só de juntar batismos exóticos de igrejas e também de terreiros. Tudo isso foi encontrado no texto do Xico Sá, então dá uma ida lá no NoMínimo e se divirta um monte. Visita o site do sujeito aí citado, você não acredita nas barbaridades.
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Realmente, nessas horas só dá pra dizer DEUS NOS LIVRE!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
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Eduardo Mesquita
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segunda-feira, 8 de janeiro de 2007
Fé demais não cheira bem!

AcheiUSA – Qual solução para conter a violência no Brasil?
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Rodolfo – O Brasil precisa de Jesus. Uma nação que se volte para Deus que peça perdão pelos seus pecados, pela idolatria, sexualidade, podridão, que quebre esses pactos com os demônios que têm contaminado a população, o Senado, Congresso etc.
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AcheiUSA – O que pensa sobre o presidente dos Estados Unidos?
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Rodolfo – O Bush é um cara tremendo! Muitas vezes ele enfrenta o mundo inteiro por ter valores cristãos. Admiro isso nele. Ontem mesmo, estava vendo-o negar verba para as pesquisas de células-tronco alegando que agride valores do ser humano. Ele estava falando de Bíblia, que é ilegal para Deus destruir uma vida para salvar outras. Assim como ele é radical contra o aborto ou casamento homossexual. Ele não volta atrás mesmo que seja para conseguir votos.
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Eduardo Mesquita
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19:45
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sábado, 6 de janeiro de 2007
Quem está certo é o Homero. Eu sou um idiota. Ainda sobre política.
O importante e fundamental – na minha visão – é a discussão, essa é imprescindível, e mesmo tendo os “rebeldes de orkut” se pronunciado enfaticamente (porque não fazem isso no blog? É uma questão eterna!), muita coisa boa foi colocada dos que pensam o contrário.
Para não incorrer na injustiça total (porque me reservo o direito de ser um pouco injusto) devo reconhecer que o argumento do Segundo para discordar foi novo, original e isso eu respeito. As mesmas pedradas de sempre são realmente chatas, mas pedradas novas são boas porque alimentam a discussão e nos fazem pensar. Se vêm com a mesma lenga-lenga de sempre, respondemos do mesmo modo automático, aí alguém aparece dizendo “eles são assim, nós somos de outro jeito”, logo depois vem um para dizer ”isso não vai dar em nada” e a prosa morre. Mas um argumento original é brilhante em seu ineditismo, e isso eu louvo e valorizo.
Enfim, Segundo é contrário à idéia de representação política do povo do rock, isso é sabido por todo mundo, principalmente depois do Bananada 2006 em que ele se posicionou de forma clara durante um debate realizado no evento. Mas dessa vez ele usou um outro argumento, um que eu ainda não tinha escutado e esse me fez pensar. Segundo Segundo (o Word ficou doido achando que eu tinha repetido a palavra) existem coisas muito mais sérias que o rock para se preocupar, e da forma como ele colocou senti até que seria uma forma de egoísmo se tentássemos eleger um vereador simpático aos nossos prazeres e gostares. Pronto, um bom argumento.
E quer saber mais? Concordo plenamente com o Segundo. Sim, é isso mesmo, ele está certo. Realmente existem coisas mais importantes para nos preocupar nesse país do que o cenário independente de um segmento da cultura. Existem coisas mais sérias, mas aí eu pergunto: E daí?
E daí que existam coisas mais sérias no país para nos preocupar, isso inviabiliza o projeto de representação política de um segmento que se organiza na sociedade? Existem milhões de coisas sérias no país, como crianças com fome, segurança pública, saneamento básico, saúde pública, educação, asfalto em bairros afastados, doação de terrenos públicos para igrejas ao invés de serem criados espaços públicos de lazer, e a lista ia durar duas semanas se eu continuasse a teclar, então deixe-me repetir em alto e bom som (leia em voz alta essa parte, prezado leitor) para não sobrar sombra de dúvida da minha concordância: SIM, EXISTEM COISAS MAIS SÉRIAS.
Mas quem falou que um representante político eleito pelo público rock independente vai cuidar somente de fazer festival, ajudar banda a viajar Fora do Eixo ou encaminhar projetos de incentivo cultural? Quem falou isso? Burro de quem acha que buscar um representante para um segmento é limitar a atuação desse representante a esse segmento.
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Opções políticas não precisam ser limitadas
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Temos em Goiânia um exemplo disso, que é o Tokarski. Fábio Tokarski, hoje deputado estadual, é um antigo vizinho meu lá do meu tempo de infância (a adolescência dele, portanto) na rua 3 da Vila Bandeirantes. Um sujeito brutalmente inteligente, como seus irmãos também, e um dos políticos mais coerentes e corretos que eu tenho o prazer de conhecer (sim, eu conheço alguns outros políticos coerentes e corretos), que tem sua base de votos e de apoio, mas que não se limita a isso. Ele é engenheiro, mas não se limita a brigar por causas que envolvam o CREA, pelamordedeus! Ele se envolve em brigas de direitos humanos, se posiciona sobre a resistência em Oaxaca, já se envolveu nas questões do transporte público, ou seja, o fato dele pertencer a uma categoria profissional ou militar em um espectro político não o deixa preso a convicções ou dogmas. Tokarski não falou “essa não é minha profissão” quando o Conselho de Psicologia brigou contra o Ato Médico ou pela Luta Anti-Manicomial (nada a ver com o Mestre Gustavo, viu?), pelo contrário, se engajou até o pescoço e foi importante nas discussões geradas.
Ter um representante do rock independente é tão importante e factível quanto ter um representante do teatro (minha outra praia), ou do rádio (que tem aos montes) ou de qualquer outra forma de arte. Mas é que agora eu estou mais envolvido no rock, naturalmente penso nessa hipótese política para essa frente de atividade de agora, e também por ver que existe uma organização nascente e borbulhante no rock independente. Quer melhor oportunidade para fortalecer essa organização?
Existe um fato: vivemos num sistema de democracia representativa. Você pode gostar disso ou não, pode concordar com o nome ou não, isso não muda a realidade. Vivemos nessa trôlha. Existe outro fato: nesse sistema sempre alguns serão eleitos para “representar” o povo. Você votando ou não, votando nulo ou em branco, não indo votar (opção bem mais corajosa de quem discorda do voto), o que quer que seja, alguém vai ser eleito porque o sistema se baseia na maioria simples. Se três pessoas votarem, duas vão decidir o pleito.
Peço desculpas a quem vive no mundo da lua ou da mesada do pai, quem prefere pensar que vai ter menos de vinte anos o resto da vida, mas esse é o mundo real. Mesmo você estando dentro do seu quarto baixando MP3, existe uma coisa chamada Câmara de Vereadores, uma outra chamada Assembléia Legislativa, e tem um monte de caras lá dentro desses prédios com nomes engraçados. Eu prefiro que alguns desses caras lá dentro sejam amigos meus. Eu prefiro que alguns desses caras lá pensem de forma parecida com a minha e realmente me representem.
Essa é a forma de revolução que gera mudança, interferir no sistema por dentro dele, de forma pragmática, objetiva e focada. Sem delírios de grandeza ou de pureza, porque isso são somente delírios realmente.
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Quantos somos?
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Se formos calcular a quantidade de pessoas que participam e freqüentam a cena rock aqui em Goiânia, por exemplo, teremos uma idéia da quantidade de votos que um candidato com nossas cores poderia ter. Imagine um Márcio Jr. ou Carlos Brandão candidatos? Sei que o Véio Brandas vai me xingar até a quinta geração pela sugestão apresentada, mas o povo do teatro ia votar nele, o povo da dança, da música, de todas as artes, porque é alguém engajado com nossas necessidades, que sabe o que vivemos, que pensa parecido, alguém NOSSO.
Isso seria plausível, se não fosse a extrema facilidade que existe para muitos de criticar e negar o que nem foi tentado, com o velho argumento roto de “não gosto de política” ou coisa parecida. Entenda uma coisa, você que me acompanha até aqui, ninguém te pede para gostar de política ou entrar em um partido ou coisa parecida. Eu não pedi isso. Não pedi nada ainda, cabe comentar. O que está sendo levantado para discussão é que se você “mexeu esse rabo” (copyleft by F. Nobre) para ir votar em alguém no último pleito, então seria muito melhor que você estivesse votando em um cara que você vai encontrar no próximo Goiânia Noise ou Vaca Amarela. Muito melhor que votar em um cara que vai defender os evangélicos é votar num cara que você sabe que gosta de ouvir Slayer na casa dele.
Mais alguns fatos, pontos de realidade.
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Mas que ninguém espere que ao conseguirmos eleger um vereador – por exemplo – a cena rock independente vai virar um oásis de maravilhas em que nos deliciaremos com colheradas de arco-íris. Nada disso. Não quero criar uma expectativa desse tamanho para quem quer que seja que surja nesse propósito, e não quero também que essa discussão alimente nenhuma ilusão de “salvador da pátria” no distinto público das cadeiras numeradas. Quando (porque não trabalho com “se”) conseguirmos colocar alguém lá dentro de algum dos prédios com nomes engraçados, ele será alguém próximo da nossa realidade, mas não será exclusivo dos nossos sonhos e nem terá poderes ilimitados para resolver tudo. Antes que surja, vamos abater a tiros qualquer esperança sebastianista que possa residir em nossos olhos adolescidos, porque isso já se mostrou desastroso para o país em montes de vezes, não seria diferente agora.
Esse sujeito nosso eleito é um grão de areia, um tijolo na parede, um par de braços a mais na trincheira. Só. Mas já vai ser demais!
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Para que serve o rock? Só lazer, prazer ou sobreviver?
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Muitos disseram que sentem saudade do tempo que o rock era só diversão. Para quem quiser vai continuar sendo. Não vejo todo mundo que freqüenta o rock buscando alternativas de renda ou ocupação nos eventos de rock, não vejo todo mundo buscando montar blog ou selo ou produtora, não vejo todo mundo ensaiando com sua banda religiosamente toda terça-feira. Se tem uma coisa que alguns teimam em não aceitar é que os caminhos que surgem não são caminhos para todo mundo seguir junto, quem quer participar de trabalho voluntário engajado pode catar lata no Noise (como fez o Rafael), quem quiser produzir bandas pode montar um selo (como o João Lucas e o Pedro fizeram uma vez), quem quiser criar eventos ousados e originais que crie uma usina de idéias (como fizeram a Géo e o HxHx). Tá claro? Quem quiser continuar no rock forfun vai ter isso a vida inteira, quem quiser ralar sem se render ao que o sistema oferece vai ter isso a vida inteira, quem quiser ser mainstream vai ter isso também. Tem espaço pra todo mundo e ninguém disse que um vereador eleito com idéias semelhantes às nossas vai transformar todos os shows em palanques políticos e eventos beneméritos.
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O que é mais sério?
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Repetindo algo que eu já disse, concordo com o Segundo; existem coisas mais sérias. Mas primeiramente, com essa idéia não se pretende que o futuro candidato seja exclusivo do rock, e “segundamente”, é começando a discutir as coisas próximas que conseguimos massa, força e união para discutir as coisas distantes e maiores.
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Isso foi cometido por
Eduardo Mesquita
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sexta-feira, 5 de janeiro de 2007
Pablo Kossa abre o jogo!
Isso foi cometido por
Eduardo Mesquita
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07:40
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quinta-feira, 4 de janeiro de 2007
Precisamos de novas bandeiras! Agora. Parte 1
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Para apresentar tudo isso resolvi repostar um texto antigo, sobre bundices e desbundes e sobre minha decepção com a cabeça da maioria que frequenta e consome o rock. Ontem ainda tive o desprazer de ler uma discussão orkutiana em que um moleque acéfalo (pobrezinho, ninguém nasce estúpido daquele tanto) insinuava que a população carcerária americana é predominantemente negra exclusivamente por causa da cor da pele. Isso para depois afirmar que 83% da população brasileira é analfabeta, imagino que ele incluso, certo?
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Enfim... na sequência vai uma digressão sobre o tema, depois o texto sobre a bundice do rock e depois a matéria do Diário do Pará revelando outra pouca vergonha de políticos desse país.
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Digo sobre a digressão do tema porque já vejo a necessidade dessas novas bandeiras surgindo no ar, e aí pergunto: Quem vai ser o primeiro vereador ou deputado Fora do Eixo eleito nesse país? Quando vamos começar a nos preocupar com a representatividade política de nosso movimento rock independente? Ou vamos continuar gritando apenas em blogs e festivais? Quem vai sair de nossas linhas e envergar a armadura pra brigar o jogo do demônio, que é a política? Quem vai sair no tiroteio, correndo o risco de ser atacado por amigos e por rivais? Alguma hora isso vai ter que acontecer, não podemos mais fugir dessa necessidade.
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Se queremos ter alguma forma de poder de decisão e influência precisamos de organização, coesão, coerência ideológica, e isso não quer dizer que todo mundo tem que pensar igual, mas que ao menos todos consigam negociar de forma madura e organizada seus anseios, desejos e - porque não - interesses, em prol de algo que todos aqui amamos. O rock independente possui gente suficiente para incluir um representante em qualquer câmara ou assembléia desse país, e o apoio do poder público em várias iniciativas (como no norte, por exemplo) mostra que esse público interessa aos papa-votos. Então já lanço a provocação e indago: quem será o nosso primeiro vereador ou deputado Fora do Eixo? Quem será o vereador / deputado que vai manter um MP3 player em seu gabinete rodando Bang Bang Babies, Vanguart e Maldita? Quem vai vestir seu terno e ir ao plenário com suas tatuagens pulsando e um pin brilhante de uma stratocaster na lapela? Quem vai ser o primeiro sapo a enfrentar as serpentes?
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Estamos num bom momento para começar articulações politizadas visando a eleição de um vereador. Um trabalho bem conduzido, com visitas à escolas, eventos direcionados, mesas de debates regulares e constantes, o apoio de produtores e selos, tudo isso somado a um trabalho bem feito de divulgação "marketeira" mesmo, e chegaremos ao pleito municipal com alguém potencialmente forte para disputar. É uma briga boa e compensará pelos resultados. Foi-se o tempo em que somente por sermos "do rock" tínhamos o rótulo de doidos ou irresponsáveis, e muita gente mostra isso no cotidiano com seu trabalho sério e sua dedicação a uma idéia. A representação política é um passo necessário a um movimento que se quer articulado e forte, pois quando tivermos espalhados pelo país os nossos vereadores e deputados estaduais, aí sim teremos muito mais apoio para a realização da nossas atividades culturais, artísticas, que geram emprego e renda, que geram informação e lazer, que são importantes para a sociedade.
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Pensem nisso.
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Agora vem o texto; depois a matéria bacanuda sobre um fato vergonhoso:
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Do desbunde pra bundice, que trajetória!
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Estava revendo “Quase famosos” dia desses. E me veio aquela velha sensação que sempre tenho quando vejo filmes que retratam os “flash and crash days” que foram o final dos anos sessenta até o meio dos anos setenta: a vontade de ter vivido aqueles tempos. Isso porque tendo nascido no início dos anos 70 (em 1970, pra ser exatíssimo) eu vivi uma situação chata, porque quando cheguei “na festa”, ou seja, quando comecei a descobrir todas as tentações que podem assaltar um adolescente cheio de hormônios e desejos, a festa estava começando a abaixar o som.
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E aí quando eu vejo um filme como “Quase famosos” ou leio um livro como “Mate-me, por favor” eu fico pensando como devia ser louco não ter medo de nada, lançar-se na vida com desesperada sede, experimentar tudo, viver tudo, assumir tudo que se pensasse, envolver-se em grandes causas e movimentações, perseguir o sonho kerouakiano e poder explodir em chamas sem receio. Assim eu sempre imaginei que fosse o ambiente rocker, com seus exageros vivenciais e ideológicos, mas me decepcionei quando finalmente pude provar o que é estar no meio rock´n roll.
Não porque os exageros químicos não existam, até existem ainda em enorme quantidade. Claro que já não possuem tanto apelo para mim, pois já passei da hora de começar uma vida junkie, e me limito a ser um “bêbado trincado”, como me chama o Beto. As outras drogas não me chamam mais a atenção.
A decepção vem da escassez ideológica do meio rocker. Escassez não define, a aridez é um termo mais preciso. Ao que parece o rock passou do desbunde sessentista para uma bundice no novo século, uma apatia, uma ausência de posicionamento e provocação, uma ida de um extremo ao outro sem freio nem pausa. Ao que parece o rock tornou-se tão somente uma opção de se afastar das questões e viver num hedonismo autista, mais que mergulhar nessas questões e buscar a dialética e a contradição, que eram combustível para grandes movimentações, discursos, posicionamentos e atitudes.
“O rock errou”, Lobão disse uma vez. Talvez seja isso então, o erro foi tentar mostrar uma cara politizada e ativista, quando na verdade tudo era somente festa e exagero. O erro foi me fazer acreditar que o rock fosse um canal de expressão do que pensamos e queremos para o mundo e para o ser humano, quando na verdade então o rock é somente um canal de expressão individualizada e egoísta. E quem quiser buscar algo de melhor pro mundo que monte uma ONG antes de uma banda. Será isso?
Dia desses numa discussão orkutiana um famoso participante reclamava que sempre que termos como “anarquismo, comunismo” e outros assemelhados surgiam na discussão, o povo reclamava, como se algo proibido estivesse sendo abordado, e brotam argumentos como “política é uma coisa chata” e coisas do tipo. Então fica a impressão de que os roqueiros de hoje são realmente os cabeças de vento que meus avós acreditavam. Isso me apavora, será que a visão radical, tradicionalista e conservadora, que por muito tempo foi alimentada por aqueles que sentiram o rock como um ato de guerra, será a certa? Será que eles afinal estavam com a razão?Isso seria muito decepcionante. Prefiro acreditar que estamos vivendo uma fase letárgica, em que a reação será violenta e destruidora; prefiro acreditar que essa é uma transição em que os ressentimentos e rancores se acumulam e se potencializam. Prefiro acreditar então que a qualquer momento algo vai ensurdecer a patuléia que quer circo, e o grito vai se tornar único, forte, coeso, íntegro, e aí então vergonha vai ser não escolher um lado, ser radical e ter atitude (e esse termo finalmente vai fazer sentido).
Prefiro acreditar que meus avós estavam realmente errados, e que o rock é um lugar para cabeças pensantes, com idéias e ideologias, com posturas e que aceitam correr o risco por isso. Melhor que o rock seja o lugar em que as pessoas vão para ser sacrificadas e não para ser incensadas e louvadas. Melhor que sejamos os demônios ameaçadores em tudo que dizemos e acreditamos e não santos ocos, patéticos e inofensivos, mergulhados apenas em viagens químicas e negação.
Melhor que sejamos quase famosos, e não unanimidades inquestionáveis. Ou então que alguém nos mate, por favor.
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Isso foi cometido por
Eduardo Mesquita
às
08:36
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pessoas gritaram
Novas bandeiras, precisamos agora! parte 2
FONTE DIÁRIO DO PARÁ (03/01/07)
www.diariodopara.com.br
Renovado convênio com a TV Liberal
FUNTELPA Convênio já rendeu R$ 30 milhões às ORM
No apagar das luzes de 12 anos de tucanato, o ex-governador Simão Jatene aprontou mais uma: no último dia 31 foi renovado, por mais um ano, o convênio entre a Fundação das Telecomunicações do Pará (Funtelpa) e a TV Liberal. Pelo convênio, que já consumiu cerca de R$ 30 milhões, o Governo paga à TV Liberal para que ela use as 78 repetidoras de propriedade do Estado, para transmitir a programação dela, na maior parte oriunda da Rede Globo. Isto mesmo: o Governo é quem paga.
O convênio foi assinado em novembro de 1997, na administração do ex-governador Almir Gabriel e vem sendo prorrogado desde então. Em artigo que o DIÁRIO publica abaixo, o jornalista Lúcio Flávio Pinto questiona, inclusive, a legalidade da manutenção do convênio, que já ultrapassou o limite previsto em lei, para prorrogações contratuais. Há outro problema, porém: a própria forma dessa contratação - um convênio - que não é usual entre o Poder Público e empresas privadas.
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Aluguel de jato aumentava repasses para as ORM
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O fato é que, ao utilizar essa modalidade, o convênio, os governos tucanos conseguiram burlar as exigências da Lei de Licitações, a 8666/93, para uma contratação tão vultosa com uma empresa privada. No início, o convênio previa o pagamento, pela Funtelpa,à TV Liberal, de R$ 200 mil por mês - ou R$ 2,4 milhões por ano. Mas, foram tantos os aditamentos de preço que hoje ninguém sabe ao certo em quanto está esse repasse mensal. Vasculhando as páginas do Diário Oficial do Estado é possível estimar, porém, num cálculo por baixo, que a transação já consumiu cerca de R$ 30 milhões.
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O convênio é apenas um exemplo das relações camaradas, da última década, entre os governos tucanos e as Organizações Rômulo Maiorana (ORM), grupo empresarial do qual a TV Liberal faz parte.
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Grupo também recebia verbas para propaganda
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No entanto, o jatinho e o convênio representam, apenas, uma gota d’agua no oceano de recursos públicos que os governos tucanos repassaram, anualmente, aos Maiorana, ao longo da última década. O grosso do faturamento do grupo vinha, mesmo, das verbas da propaganda oficial.
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Ou seja, entre o aluguel do jatinho, o convênio da Funtelpa e as verbas da propaganda, as ORM recebiam, por ano, do Governo do Estado, algo em torno de R$ 33,8 milhões. Um volume de recursos tão extraordinário que daria, por exemplo, para construir 134 unidades de saúde, beneficiando 90 por cento dos municípios paraenses. E que deixa longe o que foi repassado, em ICMS (Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), em 2005, a maior parte dos municípios paraenses. É o caso, por exemplo, de Marabá (R$ 23,3 milhões em ICMS e mais de 195 mil habitantes), Santarém (R$ 14,2 milhões e mais de 274 mil habitantes) e Ananindeua (R$ 24,7 milhões e mais de 482 mil habitantes).
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Trapaça Tucana
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No último dia 28, o já agora ex-governador Simão Jatene, do PSDB, ainda no exercício do cargo, demitiu Ney Emil da Conceição Messias Júnior da presidência da Fundação de Telecomunicações do Pará. O decreto de exoneração é datado do dia 28, mas, de forma inusitada, prevê que só começará a contar três dias depois, no dia 31. Para arrematar, a dispensa do servidor só foi publicada no Diário Oficial de ontem, 2, quando o primeiro número da publicação circulou sob a administração de Ana Júlia Carepa, do PT.
Essa mesma edição do DO também publicou ato do mesmo Ney Messias aprovando o 14º termo aditivo ao convênio entre a Funtelpa e a TV Liberal, que prorrogou o prazo de vigência dessa relação a partir de 31 de dezembro do ano passado e término em 31 de dezembro deste ano. O “convênio” (que devia ser um contrato) venceu, na verdade, no dia 29. O aditivo que o prorrogou deixou, assim, dois dias vagos, sem cobertura legal. Mas esse deve ter sido considerado apenas mais um “detalhe” irrelevante. O que importava era deixar o ato para o último dia dos tucanos no poder, mas só o tornando público depois da transferência do governo, como um fato pronto e acabado, consumado.
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Isso foi cometido por
Eduardo Mesquita
às
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