segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Pergunta pro peixe sim! O esquilo não sabe nada.

Cara, a melhor coisa do mundo é levantar uma discussão e ter debatedores de nível e de conhecimento, porque a coisa anda e cresce, mesmo que com contradições aparentes, mesmo que nem sempre haja concordância, mas o conceito permanece forte e as argumentações alimentam as discussões e não os egos.
O último post gerou essa resposta abaixo do nobilíssimo Pablo Capilé, do Espaço Cubo, de Cuiabá. Grande contribuição. Quiçá surjam outras, de outros foras do eixo, gritando aqui. O blog está aberto para gritos de todo mundo, então trata de participar, bota a cara na janela e entra na conversa. Agora quem fala é Dom Pablito, meu compadre cuiabano. Diga Pablo, pode gritar!!
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Caro eduardo, muito bacana o seu texto, dando continuidade ao debate estabelecido no post anterior, e levantando algumas questões que provocam as mais diferente leituras ou seja, não existiram incompreensões e sim pontos0 de vistas distintos que podem vir a ser complementares caso os emissores e os receptores estiverem realmente dispostos que isso aconteça, ao invés de propagar pseudo-milindres baseados nas diferenças. Já de começo discordo da metáfora do peixe. Não é para o esquilo que eu vou perguntar sobre a água, e sim para o peixe. O peixe sabe muito mais de água que o esquilo.
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O peixe conhece os detalhes da água, a qualidade da água, e fala da água com a propriedade de quem nasceu, cresceu, e se desenvolveu dentro dela. Mas dento da água existe o bagre e existe a peraputanga. O bagre vive la embaixo, submerso como você disse, alimentando-se das sobras e das ervas(na maioria das vezes daninhas), e é tão preguiçoso que não se da ao luxo nem de olhar pra cima um pouquinho e observar os procedimentos da peraputanga. Já a tal peraputanga, é o que podemos chamar de "peixe-correria", atravessa o rio de um lado pro outro, desce para ajudar o bagre, salta para visualizar o melhor caminho, e ajuda a direcionar os "pacus", "Piavas", "Dourados" que nunca sabem se descem pra fazer companhia ao bagre ou se correm junto com a "peraputanga". Pra você ter uma idéia.
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O bagre é direcionado pela sobra da comida da "peraputanga" e mesmo assim prefere levantar duvidas a respeito da correria dela ao invés de olhar pra cima e observa-la. A peraputanga, ciente dessa preguicite do bagre, não foge da responsabilidade de ser refém do esclarecimento, e da rasantes bem próximos do bagre, tentando estimula-lo pelo menos levantar o bigode. E além de tudo isso o bagre é aquele que prefere seguir sozinho criticando a peraputanga, do alto de sua sabedoria bagral ao invés de auxiliar a peraputanga a explicar a todos os peixes como potencializar ainda mais o riO valorizando os afluentes. O bagre, prefere se afastar do coletivo pois sonha em viver nas águas dos garimpos, onde somente peixes cascudos e oportunistas sobrevivem. E la é que esta o ouroJ!
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E acho que é sobre isso que você esta falando né, sobre a luta incessante da peraputanga em mostrar aos outros peixes que a preguiça só atrapalha na CORREDEIRA do rio, deixando claro que a idéia não é que todos virem peraputangas e sim que os outros peixes corram bastante como elas estão correndo e não se esquivem de suas responsabilidades. O rio é de todos, e para todos, mas sabemos que muitos querem domina-lo, querem privatiza-lo, querem patentear todas as suas riquezas, e é contra isso que lutamos. Contra o sonho do "bagre que virou Sereia". A sereia é só a fantasia criada pelos que querem transformar a Peraputanga em Estrela do Mar! Nada mais belo que a pororoca para apadrinhar esse debate.
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Há-nadadeiras!

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