sexta-feira, 21 de setembro de 2007

PERRO LOCO (Rock Macondo) - "Jo fui!"

.

Ontem foi dia de gravação do FOGUEIRA. Não sabe o que é o FOGUEIRA? Putz, tem que explicar tudo? FOGUEIRA é o programa de web-radio que eu participo com o Pedro "Reator" Fernandes e o Rodolfo "OneVoice" Morais, que passa toda segunda-feira às 20 horas na Rádio Mídia - www.radiomidia.com - e que tem me causado muitas dores musculares. Dores musculares na região do maxilar, porque eu dou risada o tempo inteiro, é uma palhaçada só e os dois fritos são hilários em suas provocações e situações.
.
Pois é, uma das características mais marcantes do programa é o embate entre os personagens que compõem o programa, e a forma que Morais mais gosta de encher a paciência do Fernandes é repetindo perguntas. Ontem ele encasquetou de ficar toda hora "Pedro, vamos ver o show do Desastre?" e perguntou isso umas mil e oitocentas vezes. Foi tanta empulhação que até eu resolvi ir assistir ao show do Desastre.
.
O show ia rolar no Palco Macondo, na UFG durante as atividades (inúmeras e criativíssimas) do PERRO LOCO - Festival de Cinema Universitário Latino Americano. Quem me falou pela primeira vez desse evento foi o Victor Leal, que é um dos organizadores, membro de uma comissão (quer coisa mais EspaçoCubo que comissão? rs) e que havia me passado meia dúzia de flyers do evento.
.
A primeira coisa que se pensa quando a hipótese de ir ao Perro Loco é avaliada é a distância. O Campus da UFG é longe pra diabo, pelo menos para todo mundo que está na cidade e não no Itatiaia (o bairro vizinho ao Campus II), e só de pensar de atravessar o município para ir lá já dá um desânimo monstruoso. Além disso já era tarde quando terminamos de gravar, por volta das 21 horas, e eu não estou gostando de ficar fora de casa à noite por motivos que todos os leitores estão redondos de saber. Mas o Rodolfo torrou tanto o saco do Pedro que acabou incinerando o meu saquito também, e eu resolvi ir até lá.
.
Longe, muito longe SIM. O Campus não chegou um metro para o lado de cá, então continua longe. Mas compensa muitão ir até lá. A programação de shows teve início ontem, mas tem rock rolando até domingão por lá, confere os dados logo no site do evento no www.perroloco.com.br e se informe sobre as oficinas, apresentações de dança, mímica, rock, o diabo. Tá rolando um festival muito diferente, ousado e bastante organizado por lá.
.
Chegamos lá e de cara já ficamos impressionados com o que vimos. Uma infinidade de barraquinhas com acepipes e guloseimas das mais diversas matizes e sabores (e eu quebradaço com dois reais no bolso. Ninguém merece uma pôrra dessas!), e tenho quase certeza que vi acarajé por lá. Preferi não prestar atenção porque estava sem grana, então melhor não passar vontade. Muita comida, muitas banquinhas de apetrechos, boa cerveja geladíssima à preço justo (Heineken a R$ 2,50 tá bom, né?) e um monte de gente diferente. Me lembrei saudoso do meu tempo de universitário, das prosas intermináveis e dos planos de dominação mundial tecidos nas sombras das faculdades. Bons tempos, sinsinhô!
.
Gente de todo tipo, rockeiros, tiozões, patricinhas, bg ("bicho-grilo", para quem não entendeu), maculelês, pessoas, pessoas e muitas pessoas. Essa diversidade sempre faz falta nos eventos de rock e como lá tá rolando um monte de coisas diferentes, então surgem pessoas diferentes de todos os cantos. Um terreno enorme, com gente sentada pela grama (nesse tempo seco, a grama fica esturricada e não tem tanto charme, mas ainda é grama), encostadas nas árvores, passeando e proseando, uma ilustração do que seria um festival estilo-woodstock por estas paragens. Esse é o grande ponto alto do que vi ontem, um festival amplo, diversificado e com cara de festival em fazenda.
.
Quando chegamos o pessoal do Testemunha Ocular começava seu show. Rap "bate-cabeça" muito bom, com batalha de MC´s e uma música sobre o "periquito tá roendo o côco da guariroba..." que eu dei trela de rir. Outro destaque para o evento no quesito diversidade.
.
Depois ia começar o rock e veio o Black Drawing Chalks. Curiosamente nós tínhamos acabado de falar montes sobre a banda-sem-freio no programa gravado e eu tinha comentado muito sobre a pancadaria sísmica do Douglas na bateria. Mas o som ainda não estava muito bem ajustado, equalizado, arrumado e o som da bateria tava feio, a caixa parecia uma lata de tinta e as porradas do Douglas não ressoaram como normalmente fazem. Durante o show os técnicos foram ajustando e as coisas foram melhorando, mas eles não conseguiram aproveitar muito da qualidade do som. Isso porque os equipamentos são excelentes, o palco é enorme, o som é poderoso, só estava mal ajustado. Os Drawing Chalks pagaram o preço de ser o boi-de-piranha do rock do evento.
.
Depois veio o Desastre, e eu vi que compensou atravessar a cidade. Já tinha compensado pelo astral do evento, mas o show do Desastre tá muito bom. Porradaria muito bem feita e o som já estava bem melhor. Tocaram músicas novas e antigas e nem ligaram para a apatia do povo na frente do palco, detonando um "petardo" (alarme anti-clichê dispara!!) atrás do outro. E a apatia do povo se explica, novamente, pela diversidade. Muita gente ali estava vendo o Desastre pela primeira vez, o que é excelente!
.
Isso é o que pode ser o grande ponto altíssimo e elevado do Perro Loco quando pensamos no rock da cidade. Muita gente que nunca viu uma banda daqui vai ter a oportunidade de ver pancadarias como o Bibi e o Douglas em suas bandas, ousadias como a flauta da Sarah no Technicolor, preciosismos como o Motherfish, curiosidades como o Baltazar e um monte de outras bandas legais que vão passar por lá. Gente que depois do Perro podem se tornar público do rock, ou novos músicos do rock. Interesse que pode ser muito maior porque a programação musical está super-diversificada e tem todos estilos e tipos de banda tocando, e tudo misturado. Não fizeram "noite do peso" e coisas semelhantes, colocaram WC Masculino para tocar antes do Mersault!! Pensa que doido que vai ser isso!!!
.
Voltei de lá satisfeito do que tinha visto. Uma pena que não pude conversar com o Victor porque o cara estava correndo para cima e para baixo como um fugitivo, cheio de coisas pra fazer, incêndios para apagar e ordens para dar, não ia perder tempo batendo papo com um gonzo como eu. Nem quando eu estava proseando com a mãe dele, Maria Lúcia (que já me ensinou muita coisa em RH), o sujeito teve condição de parar. Também com a "mamãe" perguntando se ele tinha levado blusa de frio, o cara não ia ficar parado ali muito tempo mesmo. hahahahahahahaha
.
O SANGUE SECO foi chamado para tocar, mas infelizmente no mesmo dia temos um show em Brasília. Eu já tinha lamentado por não poder aceitar o convite do Victor e tocar no Perro Loco, mas depois do que vi ontem, lamento ainda mais. Estruturas como aquela são raras, e um evento tão alto astral e original como esse eu ainda não vi.
.
Então mexe a bunda e trata de ir lá conferir. É GRÁTIS!!! Dá uma olhada abaixo na programação de rock, mas vai até o site e confere a programação total, porque tem muito mais coisa rolando lá.
.
PERRO LOCO. "Jo fui!". hahahahahahahahahahaha
.
.
.
Programação do ROCK MACONDO:
20/9/07 - QUINTA (ontem, né? Essa já foi.)
21H:40 TESTEMUNHA OCULAR
22H:20 BLACK DRAWING CHALKS
23H:00 DESASTRE
23H:40 TECHNICOLOR
00H:20 LENORE
.
21/9/2007- SEXTA
21H:40 THE GALO POWER
22H:20 BALTAZAR
23H:00 WC MASCULINO
23H:40 MERSAULT E A MÁQUINA DE ESCREVER
00H:20 MOTHERFISH
.
22/9/07 - SÁBADO
21H:40 ACTEMIA
22H:20 MUGO
23H:00 SEVEN
23H:40 MECHANICS
00H:20 CORJA
01H:00 SATANIQUE SAMBA TRIO – DF
.
23/9/07 – DOMINGO
19H:40 RESSONÂNCIA MÓRFICA
20H:20 GOLDFISH MEMORIES
21H:00 ENVY HEARTS
21H:40 DEMOSONIC
.
LOCAL: UFG - Câmpus Samambaia (Câmpus II)
.
.
.
.
Há braços!
.
.
.
.
Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
eduardoinimigo@gmail.com
.

Um comentário:

Anônimo disse...

Your blog keeps getting better and better! Your older articles are not as good as newer ones you have a lot more creativity and originality now keep it up!