sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Continuando...


Chris Bennett sugere que os ungüentos oleosos tão citados em trechos da Bíblia possuíam altas dosagens de THC - o tetraidrocanabinol, princípio ativo da maconha. Os efeitos, hoje produzidos pela queima dos cigarros ou "baseados" ou ainda por ingestão, no passado foram obtidos pela absorção através da pele, proporcionada pelos ungüentos.
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No tempo do Cristo Jesus, doenças como epilepsia eram consideradas como "possessão demoníaca" e a cura, quando era obtida, devia-se ao uso de ervas medicinais ou era, simplesmente, vista como um milagre. Hoje, testes de laboratório mostraram que a cannabis é eficaz no tratamento de várias moléstias além da epilepsia, como doenças da pele, dos olhos e distúrbios menstruais (fluxos de sangue, como é dito na Bíblia). Os tratamentos judaicos e de outros povos antigos para estes males sempre incluíram os ungüentos ou a "sagrada unção".
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As conclusões de Bennett não são exatamente uma novidade; os textos bíblicos apenas reforçam aquilo que as descobertas arqueológicas há tempos vêm indicando: a maconha foi usada com fins medicinais em toda a área do Oriente Médio muito antes do começo da era Cristã. Além de remédio, maconha e outros alucinógenos proporcionavam os estados de consciência alterada experienciados no "batismo" dos Iniciados em Magia, não somente entre judeus, mas entre os muitos povos do norte da África e também da Ásia em nações de cultura milenar como Índia e China.
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E antes que alguém pense em heresia ou em exageros típicos de cientistas ávidos por convencerem os outros, lembrem que Freud usou cocaína no início de sua prática médica, o que na época não era nenhum problema, já que a cocaína era uma substância em pesquisa e que apresentava resultados palpáveis em certas situações terápicas. Ou ainda se lembrarmos nossos pais pulando carnaval e se entupindo de lança-perfume, com autorização legal. Até que Jânio proibisse o uso do "cheirinho da Loló", essa era uma prática normal de boas e tradicionais famílias brazucas.
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Ou seja, cada vez mais me lembra a música do Finis Africae, saudosa e finada banda brasiliense dos anos 80, que dizia em uma de suas músicas:
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"A vida apodrece
Em cada boca e em cada beijo
O que hoje me dá nojo
Ontem foi o meu desejo"
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O tempo passa e os costumes mudam, e então antes que fundamentalismos nos façam desacreditar da pesquisa, bom lembrar que é uma pesquisa, um estudo, e que se realmente JC usou maconha, isso foi num outro tempo e sob outra ótica.
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Marijuana na Magia e na Religião: o livro de Chris Bennet, co-autoria com Lynn e Judy Osburn, ainda sem tradução em português
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FONTES:
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Há braços! Césio, valeu pelo texto!!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
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Um comentário:

Anônimo disse...

Um viva a Mary!