quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Eu não devia dizer nada, mas é de uma burrice...

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"Mas a parte engraçada começa agora: Você caiu em uma pegadinha. Toda a discussão minha com o Rnononononoo foi uma simulação ilustrativa da construção de mitos. Ele fingiu concordar com o primeiro fascistóide que soltou um esperado clichê carregado de preconceito anti-intelectual e aplicou esse preconceito generalizado à minha pessoa, me taxando de coisas que são fáceis de serem “compradas” pelo senso comum, tais como: esse cara é “arrogante”, “estrelinha”, etc. Todas aquelas coisas são invenções que você passou a adotar cegamente e ainda acrescentou mais elementos, como por exemplo, me “auto-intitulando” de uma monte de coisas que na verdade, foi você que inventou, hahahahaahahaha!!!!!!!!!!É exatamente isso que acontece nos tópicos paga-pau dessa comunidade (de forma inversa, positivada ao invés de negativizada). O tópico geralmente começa com um ritual burguês de celebração, tal como uma matéria idiota qualquer de pagação de pau, que inventa um monte de bobagens sobre algum artista goianiense.Então o processo se desenrola, com um monte de paga-pau escrevendo mentirinhas que valem por sua conveniencia, e não como informações reais."

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Bom, se você não é de GoiâniaTown, então provavelmente não vai entender esse post. Te garanto, você não perde nada com isso.
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Se você é da terrinha, então talvez entenda o que acontece. Acontece que aqui na cidade existe uma comunidade no orkut que congrega o povo que frequenta e faz rock na cidade. Todo mundo - ou quase todo mundo - envolvido com o rock independente goiano dá uma passada por essa comunidade uma vez ou outra. Por exemplo, eu frequento regularmente para divulgar meus textos, shows da banda e para ver o que anda acontecendo. É uma agenda muito fácil de usar para saber dos eventos da cidade.
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Por ocasião do nascimento dos meus guris eu fiquei alguns vários dias sem frequentar a comunidade e não vi como começou, mas acompanhei a história em seus estertores.
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Isso que começa o post é uma explicação de uma estratégia ou de uma intervenção ou performance ou seja lá o nome que se dê a qualquer bobagem intelectualóide ou artística nos dias de hoje. Não tenho nem peso nem idade mais para tentar entender isso.
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O fato é que existem diferentes linhas de pensamento em nossa "cena", como em qualquer lugar. E existem diferentes formas de se comportar nessa cena, especialmente quando falamos do confronto e conflito de idéias. A criatura que cometeu esse post acima é dono de inteligência, não nego e nunca neguei, mas de uma postura lamentável. De início nunca concordou com nada que eu dissesse, o que é muito normal, mas sempre se portou com extrema virulência e desprezo em seus comentários.
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Por um tempo me indignei, depois me chateei e depois vi que não compensava, daí passei a não dar a mínima. Não entro em bate-boca virtual mais, não me cabe isso. Nem tudo que eu posso me convém, já disse a bíblia, então não me convém ficar com picuinhas tentando convencer os outros do que penso ou acredito. Besteira.
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O que aconteceu foi que esse intelectual que verteu essas palavras do início do post criou um blog para tecer comentários sobre um festival da cidade, o Goiânia Noise. Lançou o blog na tal comunidade com um pseudônimo, mas qualquer um que lesse o texto identificava claramente o autor. Se eu quisesse entender o motivo do pseudônimo, não teria conseguido, porque o sujeito já tinha respeito suficiente daqueles que o admiram e de seus amigos para não precisar de um personagem.
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Hoje, depois de quase uma semana sem ler os tópicos da comuna, eu vejo isso aí. A "estratégia" foi fingir uma briguinha com um discípulo dele para - segundo as palavras acima - provar como funciona - ou não funciona - a tal comunidade.
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Eu não devia falar nada, não devia comentar pôrra nenhuma, sei que estou sendo um palerma completo ao falar sobre o fato, mas não "arresisti" a tanta besteira. Olha que coisa de menino-de-quarta-série! Criar uma briguinha, que todo mundo já tinha sacado quem era, para criar movimento no blog e tentar defender uma pseudo-teoria científica intelectualóide. Segundo informes ele já havia sugerido essa "estratégia" ao participar de outro site "bombado" de Goiânia, mas as outras pessoas desse site na época não se prestaram a esse papel ridículo. Agora ele achou um outro do nível dele e cometeu isso. Putz!
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Ah, nem... esse povo tem tempo livre demais! hahahahahahahahahahahahahahaha
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
eduardoinimigo@gmail.com
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Rock pelo Cererê - números finais

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Molecada do bem,

aconteceu no Martin Cererê um evento para arrecadar fundos para suas reformas. Em um governo que anda a passos de cadáver com uma secretaria de cultura inerte, se não rolar um esforço conjunto nada vai acontecer. Por isso juntaram-se ao redor da Fósforo (em mais uma iniciativa louvável pelo espaço) várias bandas e envolvidos nos eventos do local e ofereceram o que puderam. Os prestadores de serviço fizeram preços camaradas e as bandas se disponibilizaram.
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Abaixo os dados finais sobre esse evento, enviados pela assessoria de imprensa da Fósforo. Aos que participaram do evento, parabéns!
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270 pagantes - R$ 2,7 mil de bilheteria
Custos - R$ 1,5 mil - som, segurança, equipe de apoio, hotel e alimentação da banda Maldita (RJ) .
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Total do repasse ao Cererê - R$ 1,2 mil
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Só divulgando...
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Goiânia Noise Festival - por Dewis Caldas

Chegando no Goiâina Noise Festival
Por Dewis Caldas

Volume Comunicação
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O dia começou quente lá em Goiânia. Depois de ficar na casa do amigo jornalista Higor Coutinho, uma visita ao Martin Cererê e se perder de carro junto com o Moab Cavalcanti do Tupanzine/DF, finalmente cheguei no Centro Cultural Oscar Niemeyer a tempo de ver a passagem de som do Pato Fu. Belíssimo o lugar onde rolou o evento, é perfeito para um festival daquele porte. Falando já em festival, o 13º Goiânia Noise montou uma programação de encher os olhos. Lá no Backstage rolou a entrevista coletiva de lançamento do Circuito Fora do Eixo de Casas Associadas, agora será assim: As Casas de shows do Brasil farão parte de uma associação que trabalharão na construção de shows em conjuntos, trocas de tecnologias e construção de rotas para turnês, por enquanto, cinco casas estão já estão na parada: Casa Fora do Eixo (MT), A Obra (MG), Hey Ho Bar (CE), Do Sol rock Bar (RN) e a Goma (MG).
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Logo-logo chegou a noite e os 40 minutos de atraso de primeiro dia foi respeitado (claro!). Lá pelas 7h da noite começou a sonzeira, a banda convocada pra abrir o esquema foi a agitada e goiana Mugo, sempre cheia de guitarrada e acelerada. Um bocadim pra entrada do Seven, instrumental de execução nobre, firme e bem elaborado, uma das bandas que me ponho pra escutar em casa - depois daquele show. Até aqui tava esquentado o palco 1 (do TramaVirtual e da Cerveja Sol), hora então de correr no palco 2, no anfiteatro principal. Um lugar bem planejado e confortável, mas que não deu muito certo para os técnicos de som. Muitos shows foram prejudicados por causa da acústica, ou não, talvez o técnico de som também não tenha acertado também, mas isso não vêm ao “causo”. Mas caindo pra lá, quem já tava no posto era o Barfly, uma das bandas goianas que, assim como Violins e MQN, também criaram sua vertente e influenciaram outras e outras bandas da cidade. Diego de Moraes me fez lembrar Tom Zé na década de 70, acompanhado pela banda Os Imorais, fez o público primeiro bater o pé e depois bater a cabeça com letras escrachadas e muitas vezes incompreensível - grande revelação goiana o garoto. De todos os shows do Superguidis esse foi o que menos agradou, mas não pela banda ou entusiasmo - e sim pela estrutura de som, como disse no começo - essa foi a primeira injustiça. O show teve de tudo, de sumir vocal, guitarra, até não se entender mais nada, quem viu pela primeira vez não saiu satisfeito não, e até quem já viu outras vezes também.
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O Super Cobras mostrou o que é fazer um punk rock “swingado” cariocamente na guitarra, bela escolha da produção. Ver o Violins tocando é a mesma sensação de ver uma das grandes bandas nacionais se apresentando, aproveito pra falar não só do show, mas do grande disco lançado esse ano intitulado Tribunal Surdo – mais pesado e contundente. A cada show vemos o quanto a banda é adorada em Goiânia, detentores de fanáticos entusiastas que topam qualquer coisa, se algum dia me disserem que invadiram a casa de uma deles acredito na hora. Que pena não viajarem tanto e ficarem só no CD. Os Haxixins são extremamente criteriosos quanto às influências, isso se vê pelo show carregado de detalhes e sonoridades nostalgicamente ricas, ver o show dos paulistanos é mergulhar no renascimento inicial setentista, me perdoem se estiver errado. O Sick Sick Sinners trouxe o Psychobilly de primeira - puxada para a outra banda - e dessa vez o MQN estava mais bêbado, em casa todo mundo bebe e xinga todo mundo, e o Fabrício Nobre sabe disso.
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A salada ska brasiliense do Móveis Coloniais de Acaju é de encher a cara: Euforia, pulos, melodias e letras minuciosamente pensadas. Na roda (o que não faltas nos shows) a dúzia de integrantes da banda desce do palco e chama o bonde. De braços dados, o público explode. Depois perguntei pro André Gonzales, vocalista: - Iai, quantos cabelos te puxaram dessa vez? Nada, hoje só passaram batom na minha boca, responde - veja o Vídeo.
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A primeira banda gringa do festival veio cheio de pop e melodias de embalo (até dançantes), Rubin & Los Subtitulados é uma das bandas que representam bem a novíssima música Argentina - de cabo à rabo, um pop perfeito demais pra ser só rock. DT’s é difícil até comentar: Novo e anacrônico. A profundidade se funde a pegada grosseira do rock do final de 70’ – uma explosão que faz você pensar que nasceu na época errada. Pato Fu foi a surpresa do final, os agora independentes disseram, antes do show, que a volta para o mercado independente foi a partir e uma análise sobre a nova lógica do mercado e agora pretendem correr os festivais, o que antes era mais difícil pela burocracia das gravadoras. O show teve só olhares atentos, clássicos e músicas novas percorreram toda a apresentação, e mais uma vez, firma-se como uma banda que merece ter durado o tanto que está durando.
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Olhando o 2º dia do Noise
O segundo dia deu pra se acertar e ficar mais de boa com Goiânia. O estranhamento inicial tinha acabado e até num brechó deu pra ir, não comprei nada (liso), mas valeu pelo paletó novo do Thiago Dezan (próxima Cena) e a bolsa da Babi (Padam). Chegando no local do evento fui ver o que tinha nos estandes, opa, palhetas e baquertas de graça no espaço da Novo Mundo, guitarra sendo sorteada no da Petrobrás. Bancas de roupas, bottons, chaveiros e adesivos. Discos velhos e produtos para fumo (rs). E o negócio começou, Woolloongabbas – banda de estilo hard rock típico goiano - já tava começando. Control Z foi o contraponto, misturas sintetizadas, batidas, socos, tudo pra abrir o segundo dia de festival. Assim que cheguei em Goiânia soube do fim do Valentina, o pessoal da banda decidiu dar um tempo por causa da viagem à Europa do vocalista, então isso quer dizer que tava na hora do último show, algo como a última impressão, e vamos lá: Show morno. Mas pelo menos não fica aquele gostinho de “vai tarde”.
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Stuart (SC) teve até o Silvio Santos como apresentador e Pelvs foi animador, os cariocas tiraram um som bem elaborado e cheio de surpresas, embora o som tenha atrapalhado um pouquinho. Sangue Seco foi a banda mais violenta do festival inteiro, bem diferente da próxima atração. Kassin +2 tocou até um axé, depois do samba notório e das experimentações de tempo, cor e gosto. Difícil de entender mas é só imaginar um projeto experimental que se reinventa depois de cada apresentação, pelo menos é essa as impressão. Os chilenos do Perrosky mostraram o universo blues folk sul-americano, show dinâmico apresentado por uma bateria, uma guitarra e uma gaita. Dessa vez oMechanics não bebeu tanto e levou até um grupo de teatro, agora os delírios etílicos foram encenados. Boa sacada.
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Depois que vi MotherFish achei melhor chegar em casa e escutar mais, escute aí: banda promissora. Korzus nem precisa falar tanto, uma das bandas mais importantes do metal nacional e com tantos anos na estrada levou a multidão que tava de preto pro palco principal e apresentou o melhor, show animal – como o vocalista mesmo disse. Daí só faltavam mais três apresentações, Mukeka di Rato é o hard core seco. Quem gosta do gênero foi a loucura, ficou a te bonito de se ver, acompanhei a apresentação mesmo não gostando tanto da sonoridade. Júpiter Maça (ou Apple) ficou difícil de falar, o orgulho da Monstro Discos tem nas costas uma intensa história da música nacional, sempre psicodélico, chegou rebolando no palco e confesso: a galera não pirou muito não. Cordel do Fogo Encantado sempre é cênico. No show percebemos o quanto o legado teatral ainda permanece nas novas músicas lançadas no último Cd, Transfiguração. A concentração de pessoas coladas no palco não deixou ninguém dançar, mesmo, mas quando se ia lá atrás – já no palco – dava pra ver o coro intenso, de vez em quando o Lirinha olhava pra trás e dizia: Olha isso. Pessoalmente o show me fez lembrar meus 12 anos que, jogando bola conheci a banda. Agora é conseguir carona pra voltar pra casa e partir para o terceiro dia.
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De manhã pra acordar foi mais difícil - eu já tava cansado no último. Mas é hora de levantar e articular a passagem, se não, não tem volta pra Cuiabá. Chegando no evento tem a velha parada pra conversar com o pessoal, sentados numa mesa ou em pé mesmo na rampa, o papo sempre flui e é a í que a gente vê o que ta rolando por aí. O show começou 5h e três bandas goianas se encarregaram de fazer os primeiros regassos. Perfect Violence é pesadíssimo, Black Drawing Chalks é criativo, porém, não tão trabalhado, mas daqui a algum tempo vai ta tudo certinho e Rolling Chamas é festa garantida. Com o lançamento da marmita própria da banda só atiçou a grande lista de fãns goianos. The name é o new wave cru com grandes influências eletrônicas, banda boa que pode começar a aparecer na cena nacional daqui a pouquinho. Ecos falsos passou despercebido pelo festival, e não é a primeira vez que isso acontece, o show foi bom, embora não tenham sido ajudados pelo som. Digo com certeza, Damm Laser Vampires foi uma das melhores bandas do Festival, sem dúvida. A mistura criada pelas ramificações da polka mais um visual nostálgico fez os goianos ficarem com os olhos vidrados, não dava nem pra se “cossar” na frente do palco. Sou suspeito de falar do Macaco Bong, por isso, repito as palavras do Leandro Carbonato, do Trama, depois do show: - O melhor show do Festival até agora (gritos). E em seguida saiu berrando: Macaco Bong, Macaco Bong. Difícil pra segurar quem ficou foi o Pata de Elefante, mas com fiéis fãns e grande parte do público, a apresentação foi bonita e os aplausos para a banda subiram. Os gaúchos são uma das melhores bandas da cena instrumental roqueira nacional. Spiritual Carnage deu o impacto metaleiro pra noite e foi o ponto certo para a entrada do ¨The Battles, uma das revelações do rock independente nova-iorquino. A música é intrínseca e os experimentos são absurdos. A complexidade das composições dá o nome ao estilo math rock, que eu nunca tinha ouvido falar. Rapidamente, você que está lendo, procure um vídeo da banda e entenda, porque eu não sei explicar (mesmo!). O peso e agressividade do Motosierra deixaram nego tonto, os uruguaios vieram pela primeira vez em Goiânia e mostraram, no show, porque são uma das principais bandas do seu país. Uma das representantes do nordeste, ou melhor, daquela movimentação que depois virou lenda, Mundo Livre S/A, não agradou tanto. O esquema de tecnologia com tambores soou fraco e sem gosto. Isso. Nada que tenha perdido o “dispensa apresentações” da banda.
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E por último, depois de três dias corridos, 40 bandas, a apresentação final chega, grossa e feroz, como o Sepultura é. O teatro quase veio a baixo (já esperado). Vamos agora esperar ano que vêm, que já começa com o Grito Rock, e tem mais um bando de festivais e novas bandas pra conhecer. Vou embora então com o melhor de Goiânia, o sotaque: Bom demaaaaaaaaaaaaais.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Noise na FOLHATEEN - com foto do SANGUE SECO

Essa é a matéria que saiu na Folha de São Paulo falando do Goiânia Noise Festival. Legalzinha, com um mote djóia (ele não fala do picolé de caja-manga, que é o melhor e é servido com sal). Mas o que mais gostamos foi a foto do nosso show! Quem diria que a feiúra de um dos SANGUES serviria de atração para uma foto. rsrs
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
eduardoinimigo@gmail.com
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