segunda-feira, 30 de abril de 2007

Patrulha ideológica ou Guilty Pleasure??


Rolou uma discussão dia desses (talvez ainda esteja acontecendo) na comunidade Goiânia Rock City. Primeiro então devo apresentar essa comuna, porque se você nunca visitou esse canto do orkut, perde uma diversão certa (ou um aborrecimento garantido, depende de teu humor no dia) tamanha a variedade de amalucados e bizonhos que se espremem nesse link longo. Pois tudo vira quebra nesse lugar, desde ideologia até atitude, o que pode parecer – à primeira vista – uma distância inexistente, mas se formos nos atentar ao significado real das palavras, essas duas não tem relação uma com a outra. Mas isso é uma outra discussão.
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O ponto é que levantaram uma discussão sobre um evento acontecido em GoiâniaTown, um show de rock (o que mais em se tratando dessa comunidade, não?) da banda Luxúria, do Rio de Janeiro (tenho isso quase certo) organizado por uma garota que já aprontou inúmeras mancadas, latadas e faltas de respeito em geral com o povo de bandas daqui da nossa aldeia pequizenta. E num momento mais eufórico da contenda, alguém se mete a perguntar “E quem gosta de Luxúria?”, condenando qualquer vivente que responda SIM ao hades do rock universal, local onde se reúnem Pholhas e Adam Ant, só pra citar dois que vem fácil à memória.
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Quem gosta de Luxúria? Se eu fosse pensar no termo em si, eu gosto e muito. Luxúria é bom pra diabo, talvez seja um dos pecados mais saborosos que São Tomas de Aquino descreveu, e acho que mesmo ele deve ter cedido a essa tentação de sorriso maroto e rebolado macio. Mas não é disso que os debatedores falavam lá no troço do orkut. Falavam da banda da Meg White... oops, não. Outra Meg, não a White. Hehe
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E a pergunta ecoa novamente: Quem gosta de Luxúria?
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Eu.
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Putz, eu gosto. Baixei algumas músicas dessa banda quando ouvi aquela que dizia sobre ódio e tals, e gosto dessas coisas que falam de ódio, daí baixei e gostei. Sim, é isso mesmo! Assumo! Gostei. E gostei de outras músicas também, não só dessa odienta. Gostei como gostei de algo de Reação em Cadeia e até da Pitty, que já descobri duas músicas dela que eu gosto muito. Ouso dizer que são boas.
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E aí, qual é o problema? Porque é tão horrível assim gostar de rock pasteurizado e pronto pra consumo? Se o negócio é feito seguindo todas as fórmulas radiofônicas que já deram certo desde Ataulfo Alves até hoje, então tinha que pegar alguém pelo ouvido. Eu fui um desses.
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Pombas, passei minha infância ouvindo rádio AM, depois de pré-aborrecente eu ouvia FM, não saía no sábado à noite para ver o Fausto Silva no Perdidos na Noite, e meu gosto musical foi se formando com essa tranqueira associada ao que meus amigos traziam da Europa comprado em dólar ou chupado numa K7 safada e prática. Então entre uma Blitz e um Rádio Táxi, eu conheci Sex Pistols e Ramones, também ouvi Inferno e Crude SS. Também ouvi muita música sertaneja e samba. Mas o que pegou na discussão, ao que parece, é alguém gostar de pop radiofônico palatável e comercial.
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Droga, eu gosto. Não de tudo, claro, mas tem muita coisa que é legal de ouvir no carro, sem stress, sem preocupação ideológica, sem cobrança, só a música fácil e eu me divertindo. Posso? Acho que sim.
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Ou será que vamos voltar aos anos 80, em que as “tribos” eram visualmente sectarizadas, metaleiros usavam pulseiras de tacha e cabelão, punks e assemelhados usavam roupas rasgadas e cabelos curtos ou raspados, e ninguém se esbarrava porque era briga na certa. Um punk que fosse pego devorando um “Number of the beast” era execrado pela sua irmandade, e da mesma forma um coitado de muito cabelo que fosse encontrado de posse do “Grito Suburbano” estava banido da sua vila de iguais.
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Isso foi nos anos 80, época em que as identidades ainda se criavam, será que precisamos disso até hoje? Então o cara só “presta” para o rock se ouvir o tipo certo de música e se comportar da forma certa, e aí voltamos ao fundamentalismo que sempre achei boboca. Não existem regras certas, porque então virar a cara para um sujeito que ouviu Simple Plan ou Fall Out Boy e gostou da levada alegre dessas crianças?
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Continuo surpreso quando vejo patrulhamento ideológico no rock, porque deveria ser o local mais libertário e permissivo, até debochado, de todos. Mas ao invés disso vemos igrejas e religiões, seitas sendo criadas por lobos vestidos de Chapeuzinhos que continuam perpetuando um ideal de som perfeito, especialmente aquele difícil de achar e que ELE próprio tenha trazido dos céus para seus fiéis.
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Muito chato isso.
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É, eu gosto de músicas do Luxúria. Acho o nome da banda muito loki. E a vocalista não é desprovida de seus encantos, também precisamos admitir isso. E daí se daqui a três anos ninguém se lembrar mais disso? Quem precisa ser eterno?
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Se for necessário sempre uma sessão “guilty pleasures” para admitir o que ouvimos e não confessamos, então realmente estamos numa armadilha de comportamento muito perigosa. Ouça o que quiser, moleque, porque a vida é sua e ninguém vai sentir as suas dores mesmo.
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P.S. – e para quem tava contando vantagem de ter estado no show do Ratos de Porão que tinha 30 pessoas ou no outro que viu a citada Luxúria com mais 100 pessoas, eu estava no show do Legião Urbana, pouco antes de lançarem o primeiro disco. 19 felizes pessoas viram a banda “de uns meninos de Brasília” e depois puderam chapar o melão ao redor de uma fogueira na saudosa Chácara 115. Os "meninos de Brasília" logo depois iam assinar com uma major, lançar uma música chamada "Será" e o resto é história...
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Mas e você? O que é que você ouve que não assume nem pro travesseiro? Agora é a hora...
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
eduardoinimigo@gmail.com
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NOTA DE RODAPÉ - a expressão "Guilty Pleasure" seria - numa tradução livre e irresponsável - um prazer culpado. Algo que você gosta, mas não assume para ninguém porque isso ia ser uma queimada grande no seu filmito. Capiche?

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Adivinha quem vai invadir o BANANADA??


Olha o SANGUE entrando...
huahuahuauhauhahuauhauhahuahua

MOSTRA FORA DA LEI – 5 ANOS


MOSTRA FORA DA LEI – 5 ANOS

A Fora da Lei realiza nos dias 02 e 03 de maio sua mostra de 5 anos, exibindo 15 curtas produzidos entre 2002 e 2007.

A retrospectiva inclui vídeos e filmes captados em diferentes suportes e formatos: do Super 8 ao HDV, do 16mm ao card das câmeras fotográficas.

Quatro curtas produzidos em 2007 serão lançados na mostra. Dentre eles, “Violas, batucos e outras folias”, documentário que discute a apropriação de elementos tradicionais da música popular brasileira na produção contemporânea. Entre os entrevistados figuram os pernambucanos Cordel do Fogo Encantado e Comadre Fulôzinha, a banda goiana Umbando, os violeiros Badia Medeiros, Paulo Freire e Roberto Corrêa, Marco Mattoli e outros membros do Clube do Balanço (SP), os também paulistas Mário Manga e Rodrigo Rodrigues do extinto Trio Música Ligeira e Hermeto Pascoal, além de representantes dos grupos de culturas tradicionais, como Dona Leônida Fernandes, que fala sobre a sussa da Comunidade Calunga.


Programação

(pressione CTRL e clique nos títulos azuis para abrir o link dos vídeos no YouTube):

Eu ando tão besta agora ou Sonhos nunca mais (Sérgio Valério / 2002, 1 min)
Aqui é Rock! (Carlos Cipriano e Sérgio Valério / 2002, 6 min)
Calado ou Não chore, é apenas um filme (Sérgio Valério / 2003, 2 min 30”)
6:35 pm (Sérgio Valério / 2003, 2 min)
O desespero fotográfico de meu pai (Carlos Cipriano / 2003, 3 min 30”)
As 24 donzelinhas (Carlos Cipriano e Sérgio Valério / 2003, 3 min)
P/ Maysa (Sérgio Valério / 2003, 1 min)
O filme que nunca existiu (Sérgio Valério / 2005, 6 min)
Um Cabra Nu Escuro (Sérgio Valério / 2005, 8 min e 30”)
Do you remember when we rock? (Andréia Miklos e Sérgio Valério / 2006, 4 min)
Curiosos, delirantes... ou Eu tenho medo do seu amor (Carlos Cipriano / 2006, 6 min)

Lançamento dos curtas:

Flower power (Sérgio Valério / 2007, 1 min)
Sábado 14 ou Um filme para festas ravers (Andréia Miklos / 2007, 2 min 30”)
Minha árvore (Andréia Miklos / 2007, 4 min)
Violas, batucos e outras folias (Carlos Cipriano / 2007, 15 min)

Duração da sessão: 66 minutos


Serviço:

Mostra Fora da Lei – 5 anos

Local: Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro (Rua 9 nº 1016, Centro).
Dia 02 – quarta – 12:30h e 15 h (R$ 1,00)
Dia 03 – quinta – 20:30 h (R$ 2,00)
O que é a Fora da Lei?

É um núcleo de produção de curtas-metragens e difusão cultural via rádio, web e TV, formado por Carlos Cipriano, Andréia Miklos, Sérgio Valério e Cristiane Perné. Dentre os projetos realizados nestes 5 anos, destacamos:

- O programa de rádio “Espírito da Música – os sons de todos os mundos”, veiculado na Rádio Universitária de Goiânia e prêmio de melhor programa musical da cidade em 2002 (1º Sintonia do Rádio / Faculdade Cambury);

- “O filme que nunca existiu”, curta-metragem finalizado em 35mm, prêmio de melhor música no Festival de Maringá, em 2005;

- A Oficina de Experimentação Audiovisual, cujos vídeos representaram o estado de Goiás no Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo (Sessão Formação do Olhar), nos anos de 2004 e 2006;

- O blog da Fora da Lei (http://deliriosforadalei.blogspot.com/), criado em novembro de 2006, que disponibiliza links para os curtas-metragens do núcleo disponíveis no YouTube, além de comentar a produção artística de Goiânia e promover a divulgação dos eventos culturais que acontecem na cidade. Atualizado semanalmente.



Alguns comentários sobre os curtas da Fora da Lei:


"Jovem produção independente que trabalha em curtíssimas durações e procura desestabilizar alguns estatutos da imagem e som com vídeos-acontecimentos de montagem nervosa, configurando um interessante retrato do meio urbano".

(Pedro Plaza, doutorando em Cinema pela USP,
no catálogo da mostra “O Amor, a Morte e as Paixões”,
janeiro de 2004 – sessão “Vídeos da Fora da Lei”).


“Depois de assistir ao novíssimo curta ‘Sábado 14 ou Um Filme Para Festas Ravers’ _ primeiro filme de Andréia Miklos como diretora _ pude vislumbrar o quanto o Núcleo ‘Fora da Lei’ vem amadurecendo sua estética e tornando-se uma referência da produção cinematográfica aqui no centro da Terra do Sol”.

(Edson Lenine G. Prado - filósofo e escritor, blog da Fora da Lei, março de 2007)


Para mais informações, entrar em contato com:
Carlos Cipriano (62) 9949-6697 / 3278-3077 – carlos.cipriano@bol.com.br
Sérgio Valério (62) 9953-5760 / 3256-4570 – valeriopost@uol.com.br fora.da.lei@pop.com.br

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Vote LOADED!! Mas uma vez em cada PC, maluco!



Molecada que teima em vir até aqui, e maníacos que votaram no Loaded no Prêmio Toddy de Música Independente, eu preciso ter um papo sério com vocês.
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Fico feliz de ver muita gente votando no Loaded, que temos orgulho demais de produzir e fazer para tudo quanto é maníaco e degenerado poder ouvir e falar mal da gente, mas vamos fazer as coisas da forma certa.
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No monitoramento dos votos foi detectado que alguns "candidatos" estão sendo mal vistos por causa de alguns "eleitores". Explico melhor; tem gente que na ânsia de ver seu candidato ganhar está tentando votar mais de uma vez no mesmo nome, simplesmente dando um "refresh" na tela (ou um "Atualizar" se quisermos manter o idioma) e votando novamente. Um desses "candidatos" que está recebendo essas tentativas de votos é o Loaded.
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Não adianta fazer isso! Não façam isso!!!
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Isso porque o sistema não aceita o próximo voto se você tentar burlar dessa forma tosca, e o que é pior, atrapalha porque deixa o sistema lento pra diabo, quando não derruba tudo. Então se você quiser votar várias vezes em algum nome - tipo Decibélica, Loaded, Martim Cererê, Rockassetes por exemplo - vote em computadores diferentes (o que ainda não seria muito bonito, claro) ou convença um milhão e meio de pessoas a votar em quem você quer (isso é do jogo democrático, muito válido por sinal), ou pague seus primos menores para votar (também não é muito bonito, corrupção da braba!), mas não fique dando "atualizar" na tela achando que é muito esperto, porque isso só faz do sujeito um pilantra fracassado.
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O cara não presta nem pra fazer coisa errada. Putz!
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E outra coisa, você - maluco tonto que tentou fazer isso - deixa o seu "candidato" feio na foto (mais feio que essa foto aí acima). Então vamos jogar o jogo do jeito certo, tá bão?
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Convença as pessoas, faça boquete de urna, mande e-mails, monte uma comunidade no orkut, envie um spam dizendo que a cada voto uma criancinha que nasceu doentinha vai ganhar três centavos de dólar da Microsoft... não, essa última você deleta, não faça isso não porque é feio.
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Vamos participar de forma saudável e correta, e assim tentar fazer desse país bananeiro um lugar melhor. Agora depende de você!
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Antes que me esqueça: VOTE LOADED!!
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei - verde de raiva de gente tapada!

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Mukeka di Rato no Japão!


MUKEKA DI RATO FARÁ TURNÊ NO JAPÃO ESSE MÊS


O Mukeka Di Rato parte no dia 22 de abril para sua primeira turnê no Japão, onde tocará em nove cidades diferentes.

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A banda capixaba deve presentear os fãs nipônicos com uma prévia de seu próximo álbum. Esse novo trabalho, intitulado “Carne”, tem lançamento marcado em agosto. “Carne” marca o retorno do vocalista Sandro Juliati e a estréia da banda na gravadora Deckdisc.

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Chupei essa notícia da Dynamite - www.dynamite.com.br - na cara dura mesmo.

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Parabéns Mozine, Paulista e Brek. Destruam tudo por lá, malucos!!! Grandes figuras, grandes figuras.

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Um dos primeiros shows do SANGUE SECO foi abrindo para o Mukeka di Rato, e pude conhecer os caras, na época o vocalista era o Bebê. Mas o mais engraçado foi no outro dia, quando nos encontramos pra almoçar numa churrascaria e aí batendo papo eu perguntei se eles viviam de música. O Brek era publicitário, o Paulista tinha passado num concurso de banco e só o Mozine e o Bebê que viviam de música. Daí eu comentei que muita gente devia ter inveja deles, viver só de música, só de banda, aí o Mozine trinchando uma coxinha de frango com orégano falou a frase marcante:

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- É cara... a gente vive de banda... mas a gente vive mal pra caralho!

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Rolamos de rir, os garçons vieram nos levantar do chão enquanto rolávamos sobre pedaços de maminha e cupim mal passado. Hilário!

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Muito sucesso pro Mukeka porque esses caras ralam pra caralho pra fazer o som que acreditam, merecem comer do filé depois de roer tanto osso.

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Há braços!

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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei


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quarta-feira, 18 de abril de 2007

Discutir pra quê?



Discutir é uma arte perdida. Até a palavra "discussão" é uma vítima dos novos tempos, tempos que pessoas se habituam a falar errado, muitas vezes por pouca leitura ou por falta de atenção, e tome-lhe "discursão" no ouvido da galera. Nem a pronúncia se salva mais.
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Eu sou um dos apaixonados por essa forma libertária de se trocar argumentações, porque ao fim e ao cabo é disso que se trata uma discussão: uma troca - nem sempre sadia - de se trocar argumentos. Se esses argumentos são capazes de gerar alguma mudança ou novidade, isso são outros quinhentos passos, o que realmente importa é que quando alguém se mete a discutir algum tema tem por princípio que seu argumento é bom, e que o que defende é certo.
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Abordo esse tema aqui porque uma vez, aqui mesmo no blog, uma leitora me indagou "Então porque discutem, se não vão se convencer nem chegar a consenso?", comentando um post sobre meus pegas com o Segundo. E penso que seja importante falar disso, porque é um mito essa coisa de que a discussão tem o propósito de convencer o outro ou mudar a idéia de outra pessoa. Pôxa, discute-se por se discutir, e qual o mal nisso? Porque necessariamente a mudança ou o convencimento do outro? Talvez por contágio de uma sociedade medida por posses e conquistas, a discussão se torne uma das formas mais francas de competição, em que quem não tem a última palavra é o "perdedor".
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Tolice. E não estou dizendo que querer convencer alguém de alguma coisa seja um propósito menor ou boçal, não é isso porque isso às vezes é necessário e útil, claro. Como no cartum que ilustra o post (que está no www.webflyer.com/.../postcards/images/ff0803.gif) em que um grupo de trabalho se dedica a resolver um tema. Infelizmente a voz divergente foi silenciada com um "choque" de realidade brutal, lembrando a velha máxima atribuída à Churchill em que ele dizia (aproximadamente claro, se não tenho certeza nem do autor, quem dirá a frase em si): "Podem discutir o quanto quiserem, desde que ao final concordem comigo!".
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Parece anedota mas muita gente se comporta assim, acreditando que o simples fato de ser uma crença e opinião pessoal já torna qualquer fato uma página do Talmude ou do Alcorão. Não funciona assim. Se formos olhar qualquer assuntou ou tema ele sempre tem um outro lado, e nesse outro lado deve existir alguém que tem certeza do que pensa. Então como entrar numa discussão já acreditando que sua verdade é absoluta e os outros todos que não concordam estão errados? Um pensamento pequeno e limitado, inquestionavelmente.
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Muitas vezes me meto numa discussão pelo simples prazer da discussão em si. E acredito piamente - mas sei que posso estar errado, não acabei de falar isso? rs - que uma discussão serve basicamente para duas coisas: mudar seus pensamentos ou reforçar seus argumentos. Sim, porque vejamos, a ferramenta mais útil para um ser dito civilizado é sua capacidade de questionar, e exatamente por isso que no momento preciso em que pára de questionar e se julga detentor da revelação dos céus e única verdade absoluta, nesse momento essa criatura se torna menos que um ser civilizado. Torna-se uma ameba, um platelminto ou até mesmo uma pedra, sei lá. Mas um ser humano pensante certamente não é.
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Se eu não me questiono regularmente para verificar se minhas verdades ainda estão com o prazo de validade em dias ou se já estão vencidas, então meu risco de me tornar um cego que não quer ouvir é enorme. E o pior cego é o que não quer ouvir, certo? Pôrra, o cara já não vê mesmo!! E ainda teima em não querer ouvir!!
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Estou divagando. Então essa seria a primeira função de uma boa discussão: alertar para a validade vencida das minhas verdades. E nesse caso não existe vergonha nenhuma em mudar de opinião, até por isso que nossas cabeças são redondas, para as idéias mudarem de rumo. Se ao discutir com alguém, esse alguém consegue me mostrar que eu estou acreditando em algo obsoleto, porque não abaixar as armas, desarmar o orgulho e assumir: "Sim, fui uma besta até agora, mas não preciso continuar sendo", porque continuar uma besta teimosa depois de ser convencido de seu erro, aí sim é muita burrice.
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Mas e quando não nos mudam a opinião? Então aí surge a segunda utilidade de uma boa discussão: reforçar seus argumentos. Se numa discussão legal, de nível, sem ofensas pessoais, sem grosserias ou arrogâncias, o seu contendor se mostra um cara com bons argumentos, lido, sabido e safo; você necessariamente precisa elevar o nível dos seus próprios argumentos. Numa boa discussão você sai mais fortalecido naquilo que acredita e que sobreviveu ao confronto! Esse é um grande barato. Então quando duelamos civilizadamente com alguém que tem bons argumentos, vamos buscando referências, vamos nos valendo de lembranças, de experiências, de vivências que podem refutar o argumento adversário e dar músculos ao próprio discurso.
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Por isso digo que discutir pode ser feito apenas pelo prazer de bater boca. Civilizadamente, repito. Mantendo a conversa acima da cintura existe a real possibilidade dos dois contendores não concordarem em pôrra nenhuma, mas ainda assim poderem dividir uma cerveja e boas risadas.
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Ou alguém quer discutir isso?
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
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segunda-feira, 16 de abril de 2007

Prêmio Toddy de Música Independente - Vote Loaded!


Você já sabe do Prêmio Toddy de Música Independente (essa imagem bovina que acompanha o post) e sabe também que ele é o Prêmio Dynamite de Música Independente que esse ano conta com o patrocínio e apoio fudidão do Toddy. Então o que você precisa fazer é ir até o site e votar. Você vai colocar seu e-mail, e então receberá uma senha que te concede o acesso à cédula de votação. A cada categoria votada (você não precisa votar em todas, somente nas que você quiser) ela vai sendo riscada do seu mapa.
O importante é que quando vocÊ chegar na categoria "Veículo ON Line" você vote no Loaded! Sim, é isso mesmo! O cantinho escuro onde eu grito desarvoradamente toda semana, e que merece seu carinho e consideração, então pára de ler isso aqui AGORA e vai lá votar no Loaded.
Tem também a Decibélica, tem o Rockassetes, tem o Martim Cererê, um monte de outros votos que eu poderia te indicar, mas agora o propósito é conquistar votos para o Loaded. E por isso essa imagem asenina aí abaixo. hahahahahahahahahahahahahaha

Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED! Vote LOADED!
Vote LOADED!
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Alguma dúvida? rs
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
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P.S. - a propósito, o "gatão" aí da foto de divulgação é o Alexandre Moreira, loader fundador que gosta de usar shortinhos jeans. huahuahuahuauhauhauhauha

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Sem comentários. rs


quinta-feira, 5 de abril de 2007

Aniversário da Decibélica - EU FUI!


Sábado, 31 de março, foi um dia insano.
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Começou corrido porque eu fui convidado para um debate na FASAM sobre o filme “Inconscientes” (uma co-produção espanhola e argentina muito legal) e nem sequer pude ver o filme antes, então já saí de casa logo cedo com essa preocupação. Como você vai pra um debate ser ter visto o filme? Me cobrava e me recriminava, mas não deu pra ver então a vida tem que seguir seu rumo. Cheguei lá e a apresentação teve um atraso considerável, então minha culpa começou a diminuir. No início o áudio não estava bom, depois o filme teve um problema técnico e por fim a exibição foi interrompida antes do filme terminar. Ou seja, tudo correu bem. Participei do debate com a jornalista Tacilda Aquino que é uma figuríssima e rimos muito durante a exibição do filme e durante a prosa com os alunos depois do filme. Gente me perguntando sobre Jesus Cristo e a psicanálise, gente tirando dúvida sobre ids, egos e superegos, muita gente interessada, e essa é sempre a melhor parte de estar num debate acadêmico.
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Se a manhã foi amalucada, a tarde foi ainda mais maluca. Começou com uma correria infernal, acabei faltando ao ensaio do teatro (estreamos agora em maio com a biografia do Chico Xavier), tomei uma bronca do diretor, mas às cinco horas da tarde estava na porta do Martim Cererê.
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“Uai, tem cabelo nascendo aí Eduardo. O que você tá fazendo?”, essa foi a minha recepção quando cheguei no Cererê, pelo frito surtado João Lucas. Claro que não tem cabelo nascendo, a não ser que “deus desça na terra”, como eu disse ao João. Mas num dia tão conturbado, um comentário desses nem preocupa.
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“Jornalismo preguiçoso, esse é o nome!”, foi outro comentário gentil, dessa vez o rotundo Fabrício Nobre comentando meu “furo jornalístico” sobre a vinda do BellRays para o Bananada. Mas eu fui me basear nos informes do Freakin Finas, tinha que pagar o preço da ousadia, certo? Que tarde! A propósito, preciso deixar isso claro: o BellRays não vai vir para o Bananada, o que é uma pena, porque eu gostei bastante do som da banda.
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Finalmente entre e sentei-me com alguns figuras que já estavam por lá e dei boas risadas com o Pedro “Reator” e seu figurino “descolado” para fazer as entrevistas do vídeo. Beto Rockefeller e Ed Rockefeller me contam dos planos da banda para o novo Cd, que será gravado em maio, tudo isso enquanto aguardávamos o início das festividades. Sim, houve um atraso, apesar da equipe Fósforo estar tomando conta de tudo, novamente de forma bastante profissional, mas o atraso aconteceu. Normal, havia poucas pessoas no Martim às cinco horas. Mas é interessante perceber - e quero destacar isso - como a equipe da Fósforo está se tornando uma máquina funcional de produzir shows, com gente se especializando em cada necessidade da produção, com tarefas bem distribuídas, com gente comprometida realmente sem reclamar de serviços. Muito legal ver esse povo trabalhando, porque é uma aula realmente.
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E mesmo com poucas pessoas, algumas cenas acontecem. Como a segurança do festival ainda estava sendo posicionada, ninguém estava autorizado a entrar no Cererê, e por um tempo nem as bandas estavam liberadas para entrar. Uma loirinha, de uns 30 kilos no máximo vem até o portão e ameaça fazer um escândalo, porque o ingresso dizia 16:30 e já eram 17:00 e quando um segurança já se movia para interceder, a loirinha cai na risada e abraça a jovem “porteira”. As duas eram colegas de sala, acabaram trocando informações sobre uma prova que vão ter essa semana. Do lado de fora três guris cantam músicas de capoeira e entornam uma garrafa plástica, o que poderia parecer meio contraditório, mas é uma tarde insana de rock, então eu aperto o botão do "Foda-se" e toco pra frente.
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Mas aí começam os shows. E para abrir os trabalhos colocaram a Bipolar Blues, do Luiz Maldonalle, que de início não apreciou muito a idéia de ser a primeira banda do evento, ele me contou depois. Mas o sujeito quando já provou sangue, não recupera o juízo. Na hora que abriram as portas do teatro e a Bipolar Blues começou a tocar, ninguém se lembrava mais que o festival estava começando. Isso porque os três sujeitos são profissionais, não no sentido financeiro (porque acho que não ganham pra tocar), mas no sentido de saber o que fazem e fazer muito bem feito.
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Sabe aquele comentário que fazem sobre o Romário? De saber os atalhos do campo? A Bipolar tem três Romários na linha, os caras não fazem força, tocam sintonizados e tranqüilos, e é muito bom ver um povo com aquela segurança. A um certo momento do jogo... quer dizer, do show; o Itarlan (baixista) come um chocolate com a maior tranqüilidade do universo, enquanto desfila riffs e timbres no baixo. Numa tranqüilidade enorme! Depois fiquei sabendo que o chocolate é uma ferramenta para vencer a abstinência do cigarro. Nobre Itarlan, tem minha torcida para nunca mais colocar um cigarro na boca!
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Luiz joga a guitarra pro alto, esfrega na perna, toca com os dentes, faz o diabo, e avisa: “Não interessa a hora que puser a gente pra tocar, pode ser meia noite ou meio dia. De qualquer jeito, a qualquer hora, O PAU VAI QUEBRAR!” e quebra mesmo. O dinossauro guitarreiro ensandece, e que bom se a raiva provoca isso no sujeito, porque ele não teve dó e distribuiu clássicos um atrás do outro, falando pouco e tocando demais. Foi muito bom olhar em volta, ver uma molecada bem novinha cantando “Foxy lady” junto do Bipolar. Como diz a Kombi Hippie em “Carros” quando o Jeep militar manda abaixar o som: “Respeita os clássicos! Isso é Hendrix!”.
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Eu que já tentei aprender a tocar violão uma dezena de vezes, e nunca consegui intimidade com o troço, fico até com raiva vendo o Luiz tocar daquele jeito. Normalmente shows de músicos virtuoses como o Luiz são chamados de masturbatórios, como se fosse uma grande punheta ali no palco. Pois que ninguém se sinta intimidado, mas ver o Luiz em pleno momento guitarrístico-punhetal é para ficar na memória. Na minha frente um guri tirava fotos com o celular, tentando acompanhar a guitarra que voava. Detalhe: o visor do celular dele estava destruído, ele nem via o que fotografava, mas tinha a certeza da cena inesquecível.
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Me abaixo para fazer algumas anotações e o maluco do Maldonalle resolve jogar um DVD dele para a platéia. Só percebi o que estava acontecendo quando uma dúzia de pessoas pulou na minha cabeça para pegar o tal DVD, achei que eu tinha entrado no meio de uma briga. Mas mesmo apanhando, o show foi muito bom, fantástico mesmo. Ainda falta o que eu sempre cobro do Maldonalle: quebrar a guitarra. No dia que ele destruir a guitarra no palco, aí terá completado sua sina e pode voltar para Asgard, até lá continua mortal.
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O aniversário da Decibélica não lotou tanto quanto os outros eventos da grife, o que proporcionou mais espaço para andar e bater papo com aquele monte de gente interessante que se reuniu. E por causa desses papos eu perdi mais da metade do show do Envy Hearts, que eu tinha divulgado tanto. Falei dos caras no Loaded, no Reator, na Dyna, e isso porque realmente eu gosto muito do som dos caras. Um rock simples e nervoso, bem tocado por uns guris (o guitarrista parece um modelo de propaganda de Talco PomPom) e que vêm melhorando no palco. Explico, eu sempre gostei muito do som deles, mas tinha preguiça de ver os shows, porque a presença de palco deles era fraquinha, sem interação com o povo (eu acho isso importante. Só o Demosonic consegue fazer rock-autista bem feito), com uns comentários bobinhos, bem aquela coisa de quem está tocando pros amigos e aí vira um monte de piadas internas que só os “miguxos” entendem. Mas eles melhoraram, conversando menos, tocando muito (como sempre) e quando falam não assustam. “End of the road” (acho que é esse o nome da música, porque não acho MP3 dos caras em canto nenhum. Divulga gente!!!) é uma puta música boa, e nessa hora eu confirmei tudo que tinha anunciado antes: a banda é boa demais.
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Depois vinha Wwoolloonnggaabbaass. Não são tantas letras, mas eu sempre me confundo com quais são as letras que vêm em duplas, então como jornalista preguiçoso que sou, não vou consultar, vai de memória. hahahahahhahaha
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Falando sério, o nome da banda é Woolloongabbas e os caras fizeram o primeiro show deles num Rock do Véi junto com o Sangue Seco. Nossa amizade começou ali e depois disso já dividimos o palco várias vezes. Naquela época eles faziam um som que chamavam de punk-blues, mas foram migrando lentamente para mais longe do punk e mais próximo do rock de raiz negra, o clássico realmente. A entrada do Lucas deu mais peso para as guitarradas da banda, mais solos nas músicas e mais liberdade para o Éder poder cantar. E aí com o Éder podendo cantar o Jordão ficou mais livre para ser... o Jordão! Poucas bandas podem se dar o direito de ter um símbolo vivo, um ícone que anda, pois o Jordão é isso no Wooll... na banda. Ele é uma figura divertidíssima e muito carismático, e a molecada que vai aos shows adora estimular a trela dele. Dá naquilo, diversão!
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Os caras já entram ganhando a platéia mandando um litro de whisky para os gargalos ávidos do público, depois mandam um litro de vodka, e aí já tem muita gente chapada então o show vira uma farra mesmo. Juan e Hélio estão cada dia mais entrosados (Hélio é um ótimo baterista, todo mundo sabe disso) e a banda está mais solta, mais à vontade. Éder assumiu a maior parte dos vocais e Jordão faz a animação do auditório, as tiradas filosóficas e o carinho da platéia. Tá achando que o cara é marrento? Ele põe a cabeça pro povo carinhar durante o show, e o pior é que muita gente se acotovela para fazer carinho na cabeça do figura. Foi o melhor show que eu vi desses caras, muito entrosados, animados, divertidos e botando pra quebrar.
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Quando tocam AC/DC durante a música “O Álcool” e quanto tocam o cover do Johny Cash eles mostram que realmente se afastaram do punk rock, e isso é bom porque existem poucas bandas nessa área que eles estão ocupando. E ocupando cada vez com mais competência.
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Nunca tinha ouvido Janice Doll. Perdi tempo em não ouvir, porque o som é muito bom. Um sujeito me disse que o som era “emo”, outro me disse que era “alternativo”, outro me disse que era “indie” e eu fiquei sem saber que rótulo pregar nos caras. Tem guitarras pesadas, tem vocal angustiado, tem baixo galopante, tem bateria destruidora, quais outros clichês eu poderia gastar para falar dos caras? Talvez reforçar ainda mais a galopância do baixo, que realmente é um ponto alto da banda. Só sei que gostei bastante do show deles, com músicas rápidas e pesadas sem descambar para o hc puro e simples. Sempre uma refinada aqui, uma burilada ali e eles conseguem fazer rock de qualidade, bom de ouvir dirigindo na estrada. Bem rápido. Repetiam sem parar que gostaram muito de tocar em Goiânia Rock City, apesar do povo não ter entrado em grande quantidade para conhecer os caras. O teatro ficou meio vazião no show deles, o que foi uma pena. Mas acho que eles não lamentaram nada, até porque dois deles levaram grandes lembranças de Goiânia, tenho certeza.
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Eu tinha conhecido o Yglo num show no Cepal. Não tinha gostado. Acho que eles fizeram um cover de Legião ou Ultraje e eu achei aquilo bem datado. Depois pude ver um show deles no República, mas eu estava muito bêbado naquele dia, então nem entendi o que acontecia na minha frente. Mas eu conhecia algumas músicas deles e gostava, então fui tranqüilo pro show. É outro que eu não sei rotular (e antes que as pedras voem, deixa eu dizer que rotular não é fundamental, mas ajuda quem não conhece a banda a ter alguma idéia do som). Tem uns lances meio gritados, tem um vocalista com uma cara ruim de dar medo, mas o rock é direto, grudento e as músicas foram feitas para ficar presas no crânio. Tá na mão de Deus é uma delas (apesar de eu ser agnóstico, como não impressionar com versos como “tá nas mãos de deus a maconha e o pó”. Olha que deus é isso!), Ácida é outra e é cantada com ódio, com vísceras, de forma – putz, não dá pra escapar – ácida mesmo! Estou me tornando refém de clichês e redundâncias!
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Só não tenho certeza de como falar o nome da banda. É Ýglo, com a sílaba tônica no “Y” ou é Yglo com a tonicidade no “glo”? Alguém depois me explica, por favor.
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Não vi nada de Sapatos Bicolores. Estava lá fora batendo papo e comendo um mixto quente. Sim, porque aquilo não é bauru, definitivamente. Cada dia eu sinto mais a falta da tia do acarajé, e o mixto tava até bonzinho, mas nada se compara ao acarajé da tia. Gente que produz show, pelamordedeus, acha essa mulher!!!
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Depois veio Rockefellers. Com música nova tocando no Loaded, com planos de novo Cd agora pra gravar em maio (como já disse), com muita novidade, mas nem todas eu gostei. Isso porque eles tiraram todos os coros das músicas, em que os backing vocais “enchiam” a melodia, davam uma forrada no som, e eu gostava muito daqueles “úúúúúú” em Fight Club, por exemplo. Agora só o Beto canta tudo, e isso pesa pra ele e a voz sozinha não ocupa todo o espaço que antes as três vozes harmonizavam. O Ed toca muito, é um puta baixista, mas não sinto que ele já se integrou no palco de igual pra igual com o Leo e o Beto. Algumas vezes eu tenho a impressão de que ele fica meio sozinho, meio procurando um olhar de parceiro de banda, e esse olhar não vem. Sei lá, pode ser nóia minha, e eu sou muito paranóico (“porque eu sei que você quer me mataaaaaaaaar” hehe), mas achei que eles estavam frios. Foi um show bom? Foi. Mas para quem já tinha visto outros shows deles, isso é pouco.
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O MQN tá diferente, tá mais metal anos 80. Aquele limite entre o hard e a farofa que rende músicas ótimas de tocar ao vivo e shows agitados, mas que não é tão acelerado, rápido, o que facilita para quem toca. Isso ajuda, porque Fabrício já não é mais o mesmo, já não dança tanto, já não provoca tanto, ele vai fazer bem em diminuir um pouco a circunferência, mas isso é detalhe de foro íntimo. Ele sabe o que faz do seu corpitcho. Agora o show foi bom bragarai, como sempre é o show do MQN. O solo de gaita do Uirá em “Cobra” é uma excelente idéia e ficou muito bom ao vivo também, mostrando que o “harmonista” tem veia rocker mesmo.
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Foi provavelmente a hora que o teatro mais encheu, mostrando o tanto de gente que gosta de show dessa banda, e pra variar eles estavam se divertindo. Talvez até mais que o normal, pois como o Nobre disse, ele não estava lá trabalhando, não estava produzindo o evento, não preocupava com bilheteria, com traslado, com nada. Foi lá pra tocar e fazer rock, e fez isso com alta qualidade. Falar dos outros MQNs é até redundante; Miranda, CJ e Mestre Gustavo dispensam apresentações e comentários. Mas eu não resisto e pelo menos preciso dizer da precisão pancadística da bateria, da criatividade da guitarra com poucas notas e tantas variações e da musicalidade do baixo. Pronto, disse!
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E aí veio o Forgotten Boys, que eu acredito que já podem sair candidatos a vereador em Goiânia. Uma chapa nas próximas eleições com o Gustavo (que ilustra esse post em uma foto clonada do Charles Mason), o Chuck, o Jimmy do Matanza e o Daniell Belleza. Êita que era uma eleição ganha, com esses caras que são adorados por aqui e que parecem adorar GoiâniaTown também. Gustavo mencionou isso no show, contabilizando cinco ou seis vindas para cá. O show era muito esperado e o povo gostou. Não posso ir além disso sem correr o risco de ser novamente redundante. O som dos caras é simples, então a descrição também precisa de simplicidade. Foram novamente competentes, fizeram o povo pular e o sorrisão aparecer. "C'mon" para mim é a minha favorita, que puta música legal!
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Não fiquei até o fim, não gosto tanto assim de Forgotten e já tinha visto "C'mon", então peguei meu rumo pra rua. Encontrei o Vítor Paulista na porta e aí me ocorreu que algo estava faltando. A revista com o single do MQN encartado não haviam sido vistos durante toda o evento, e me foi explicado que por problemas em gráficas a revista não ficou pronta à tempo. O single também não chegou a tempo. Nada chegou a tempo. Uma primeira vez para os eventos da Decibélica, dessa vez algo deu errado. Dizem que quanto mais vezes você tem sucesso, mais se aproxima a hora de algo não funcionar, e dessa vez isso aconteceu.
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Nem consegui conversar com o Beto Decibélica na noite porque ele estava numa correria e pilhado demais, deixei pra depois. E aí na saída o Vítor me chama para ir para a chácara, onde as bandas estavam hospedadas, e eu cogitei a hipótese por três segundos, mas aí eu "caí em si" e vi que a idéia não era muito boa. Isso tinha tudo para virar uma farra de proporções pantagruélicas, e eu sou um cara sério, pouco afeito à farras e bebedeiras (hehehe), então fui para casa.
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Ponto baixo? De novo eu fui chamado de bocó pela Aline, porque não a reconheci. Mas dessa vez eu decorei bem a expressão dela, não cometo isso de novo. Mas ela também não me reconheceu, então a bocozice fica empatada. rs
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Ponto baixíssimo de tudo? A confusão nos aeroportos que não permitiu que meus irmãos Loaders Valter e Alexandre viessem para Goiânia. Uma merda mesmo, porque fiz um almoço no domingo com todo o capricho, preparei uma guacamole para enquanto nos embriagávamos e uma picanha na mostarda para saciar o buchão. Como os paulistas não vieram, coloquei goianos de igual calibre e nobre estirpe na lista, e o rock rolou domingo inteiro no meu domicílio. Pelo menos umas sete marcas diferentes de cerveja eu pude experimentar e pude abrir algumas cachaças da minha coleção para deleite da molecada. Foi loki.
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Um fim de semana novamente marcante, e foi melhor ainda porque a revista e o single não chegaram a tempo.
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Porque? Porque isso é motivo pra rolar outro festival e outra cachaçada!!! Beto, marca outro festival para o número seis da revista e vamos comemorar um ano de Decibélica de novo!! hahahahahahahahahahaha
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
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quarta-feira, 4 de abril de 2007

Se até Chapeuzinho Vermelho mudou...





Qual das duas "Chapeuzinhos Vermelhos" você prefere? A modernex ou a clássica? Na verdade isso não importa, porque gostando ou não elas vão mudar, vão se tornar diferentes e vão refletir o tempo em que existirem. Digo isso por causa da teimosia muar de muita gente de achar que os conceitos são eternos e imutáveis, e o que ontem foi "Chapeuzinho" tem que continuar a vida inteira sendo, simplesmente por causa do desejo de um ou de um grupo.

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Essa é a forma de teimosia mais lamentável que existe, porque nega a realidade inconteste, nega o que o mundo esfrega na nossa cara a todo instante. Mas antes que pareça que eu estou apedrejando todos aqueles que incorrem nesse besteira, deixe-me assumir que eu também faço isso, portanto não posso condenar de forma atabalhoada e impensada.

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E escolhi Chapeuzinho Vermelho por um motivo vivido por mim. Eu cresci ouvindo a história de Chapeuzinho Vermelho que Perrault popularizou, depois Hans Christian Andersen tornou pop e finalmente os Irmãos Grimm tornaram eterna. Nessa história que eu conhecia, a menina vai "pela estrada afora" levar doces para a vovozinha que mora do outro lado da floresta, no caminho encontra um lobo que pergunta aonde ela ia com tanta alegria e tantos doces. A menina - dando trela pra desconhecido, ainda mais um lobo! - explica que é pra velha vó e segue seu rumo. O lobo vai até lá, engole a vovó (sem mastigar) e deita na cama. Aí vem a cena clássica dos olhos grandes, das orelhas grandes e da boca grande que termina com uma bagunça homérica dentro da casa, até a chegada de um lenhador (de onde veio esse sujeito, ninguém sabe) que mata o lobo, abre o bucho dele e tira a vovó limpa e leve de lá de dentro. Todo mundo feliz pra sempre. Não é essa a história que você conhece também?

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Então, eu vinha do trabalho pra minha casa quando passei por uma locadora e vi um banner do desenho de animação "Deu a louca na Chapeuzinho" (http://www.deualoucanachapeuzinho.com.br/). Nesse desenho a chapeuzinho é suspeita de roubar receitas da sua vó, a vó é assídua telespectadora de lutas em jaulas e o lenhador é burro feito um tronco. Fiquei indignado! Como as crianças de hoje em dia aprenderiam a verdadeira história da Chapeuzinho com uma pôrra de uma história dessas pervertendo tudo que os grandes clássicos dos contos de fadas contavam? Daqui a pouco ninguém mais ia lembrar da história edificante de uma menininha valente e um lenhador generoso que enfrentavam um lobo ardiloso para salvar a doce e indefesa vovozinha.

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E aí eu me lembrei de uma coisa. Aquela história que eu conhecia não era a verdadeira e original história da Chapeuzinho Vermelho. Sim, é isso mesmo! A verdadeira história, a original história da Chapeuzinho é parte das tradições orais da Baviera (contam alguns historiadores) que era contada de geração para geração e não era doce como a que eu conhecia. Na história original o lobo ao chegar na casa da vovó não a engole de uma vez, ele a corta em pedaços sangrentos. A Chapeuzinho não salva a vovó, porque assim que ela entra na casa o lobo a devora também, sem conversinha de orelha grande ou bocona. E não existe lenhador, o lobo chacina a família Vermelho e volta pra floresta para digerir as duas gerações de doceiras. Simples e direto e realista assim.

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Imagine-se contando uma história como essas para seus filhos ou sobrinhos? Pior que as canções de ninar que o Mika comentou num post aí abaixo. Muito pior. Era uma cena de "Aqui-Agora" ou "Notícias Populares". Mas com o passar do tempo foram suavizando a história, alterando alguns dados, acrescentando alguns personagens, mudando o enredo, adaptando à realidade vivida e à necessidade do termo e do conceito. Não era marketing, não era neoliberalismo ou qualquer outro rótulo direitista que algum imbecil possa querer usar, era simplesmente uma alteração natural pela mudança dos tempos. Inevitável.

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Como querer que os conceitos se mantenham puros e inalterados como quando foram criados? Aquele conceito permanece PARA VOCÊ, em seu coração e na sua saudade, porque para o resto do mundo ele avança. Sim, vão existir muitos saudosistas como você querendo manter a integridade do conceitos, mas esses - assim como você - serão dinossauros laranjados. Ridículos. Porque ser um dino é ser antigo, mas ser antigo quando ainda se é novo, porque não se quer largar o que um dia nos fez bem, isso é voltar para idade da pedra usando lantejoulas.

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O que eu acreditei aos vinte anos permanece e vai permanecer eternamente cristalizado em tudo que eu vivi, mas nem sequer nas minhas lembranças vai permanecer o mesmo. Já aconteceu com você de visitar a escola em que você começou seus estudos, ainda aos três ou quatro anos de idade, depois de muitos anos sem visitar o tal colégio? É fantástico, porque a escola vai parecer muito menor para você do que era nas suas lembranças. Você tem lembranças de uma criança, o que você não é mais - não importa o quanto você resista - e para uma criança um muro de um metro e meio é uma muralha. Não é mais para você. Mudou.

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Não acho que ninguém esteja errado em se apegar às suas crenças, mesmo que fanaticamente. É uma opção de cada um, e eu respeito opções com muita sinceridade, mas algumas opções além de respeitar eu lamento. Porque além de se apegar existem aqueles que querem que TODO MUNDO pense igual, como se fosse uma polícia nazista do pensamento, determinando o que as pessoas podem ou devem acreditar. E qualquer um que não siga os ditames de um fascista desses é rotulado, carimbado, estigmatizado e deve ser banido da comunidade, como um pária, já que não está entre iguais. Isso é o que acho ruim.

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Eu preferiria que Chapeuzinho Vermelho permanecesse sendo a minha Chapeuzinho, que está representada aí acima na foto preto e branco, mas não posso negar que a outra Chapeuzinho também me agrada. E muito. Então não se trata de abandonar o que se acredita, mas de aceitar que outros acreditam em outras coisas. A história provou que o fascismo era burro, querer seguir esse rumo hoje pode ser uma estupidez ainda maior.

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Mas é como eu disse, uma opção de cada um.

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Há braços!

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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei

eduardoinimigo@gmail.com

terça-feira, 3 de abril de 2007

MADAME SAATAN lança single - isso é BRODAGEM do Século XXI

Circuito Fora do Eixo - REC é inaugurado com lançamento da Madame Saatan
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O programa é Compacto.rec, que visa o lançamento de uma série de singles virtuais. O primeiro do catálogo é o da banda paraense Madame Saatan, que estará disponível para download a partir de 1o. de abril, em sites integrados ao circuito.
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Desde domingo, o Circuito Fora do Eixo começou o seu programa ReC. Como vocês leitores do GRITO sabem, o Fora do Eixo é uma rede de trabalho que associa produtores independentes de várias partes do Brasil. A sigla ReC (Rede de Comunicação) dá nome a um empreendimento que visa a incentivar trocas de tecnologia entre os participantes da rede, além de promover a circulação de seus produtores e produtos.
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E agora o ReC lança seu primeiro projeto, o primeiro de muitos, tenho certeza – o compacto.rec. Para quem tem menos de 20 anos, a palavra compacto só faz lembrar de carros pequenos, mas compacto era uma forma popularíssima e acessível – dentro do possível de acessibilidade, claro – de divulgação musical. Um disquinho pequenito com poucas músicas, duas ou quatro, que era vendido por preço muito baixo. Por isso o Rec começa suas atividades seguindo essa idéia, um revival saudosista e uma prática de resultado. A intenção do projeto é lançar singles ou compactos virtuais das bandas vinculadas ao Fora do Eixo, o que mostra a necessidade ululante das bandas gravarem, produzirem, fazerem coisas, porque a divulgação está cada vez mais facilitada.
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O que muda com o compacto.rec é que ao invés de divulgar o single no site da banda, como muita gente vem fazendo, agora todos os veículos que tem vínculo com o Fora do Eixo. Naqueles sites que tem alguém que entende do que está fazendo, os fonogramas e as artes e tudo que você precisa para consumo estarão disponíveis. Em sites que tem um neandertal operando, como esse aqui, você vai ter o link rapidão pra ir buscar o que você quer. Tem tudo, as músicas, a capa, o encarte, as letras, fotos, o material completo para você montar seu compacto e delirar com o baixo sem educação do Ícaro ou os trinados da Sammliz.
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Essa iniciativa é boa demais porque fortalece uma rede que – em 18 meses – já fez barulhinho bom no país inteiro. E nessa idéia do compacto.rec os princípios do Fora do Eixo são reforçados: a parceria, o respeito às diferenças, a unidade. Sim, porque cada dono de site pode dispor o material da banda como quiser, não existe padrão rígido. Essa é a nova forma de brodagem, o que ainda é incensado por muitos romanticamente, agora finalmente encontra sua roupagem SÉCULO XXI. Brodagem é isso, não é passar o amigo sem pagar no festival, é divulgar a banda do amigo para o mundo inteiro em seu site.
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E muito feliz que tudo comece com o Madame Saatan. Quer símbolo maior dessa integração que esses papa-chibés que já rodaram todos os cantos do mapa? Eles estão prestes a lançar seu disco, e querendo divulgação juntaram as cabeças com os Cubos de Cuiabá e pariram essa idéia brilhante.
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Então desde domingo passado, dia 1° de abril (que agora então passa a ser associado com muita verdade), o compacto com as músicas "Molotov" e "Gotas em Caos" está disponível em todos os sites Fora do Eixo do país.
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Quer saber quais são os sites envolvidos nessa dança?
São eles:
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PA: http://www.myspace.com/madamesaatan
PA: http://www.portalcultura.com.br
PA: http://www.nafigueredo.com.br
PA: http://www.belrock.com.br
PA: http://www.roquenroubabe.com.br
SP: http://www.dynamite.com.br
SP: http://www.urbanaque.com.br
SP: http://www.engenho.art.br
SP: http://www.rockfeminino.org
RO: http://www.fanrock.com.br
RO: http://www.vilhenarockzine.blogspot.com
RR: http://www.roraimarock.com.br
GO: target=" blank">www.fosfororecords.com
GO: http://www.radiomidia.com.br
GO: http://goianiarocknews.blogspot.com
GO: http://ogritodoinimigo.blogspot.com
MT: http://www.espacocubo.blogger.com.br
MT: http://hellcity.blogspot.com
AP: http://coletivopalafita.blogspot.com
AM: http://www.tumtumprod.wordpress.com
RJ: http://www.overmundo.com.br
RJ: http://www.orm.com.br/ruido/
RN: http:// www.dosol.com.br

e mais:
http://www.senhof.com.br

http://www.tramavirtual.com.br
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Então como eu não tenho as manhas de colocar aqui as músicas pra baixar, vai até o www.nafigueredo.com.br/madame
e baixa tudo, ouve tudo, aproveita tudo, divirta-se com tudo.
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Muito bom começar com esse povo paraense, porque eles são ótimos! Então faz a engrenagem girar e as coisas tomam força. Sua participação é fundamental.
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Há braços!
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Brigado Pedro Acosta, pela base do texto.
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
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segunda-feira, 2 de abril de 2007

Boi da cara preta e outras canções de ninar - by Fred Mika



BOI DA CARA PRETA...
Depois de ser expulso de 777 comunidades orkutianas cujas acusações eram "chatice generalizada" e "pregação do politicamente correto inviável nas comunidades rock-babies", eu, um brasileiro, fui morar nos Estados Unidos da América e, para ajudar no orçamento, agora estou fazendo "bico" de babá.
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Ao cuidar de uma das meninas uma vez cantei "Boi da Cara Preta" para ela, antes dela dormir. Ela adorou e essa passou a ser a música que ela sempre pede para eu cantar ao colocá-la para dormir.
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Antes de adotarmos o "boi, boi, boi" como canção de ninar, a canção que cantávamos (em Inglês) dizia algo como:
Boa noite, linda menina, durma bem.
Sonhos doces venham para você,
Sonhos doces por toda a noite.
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Que lindo, né mesmo!? Eis que um dia Mary Helen me pergunta o que as palavras da música "Boi da Cara Preta" queriam dizer em Inglês.
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Boi, boi, boi, boi da cara preta,
pega essa menina que tem medo de Careta... (???)
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Como eu ia explicar para ela e dizer que, na verdade, a música "Boi Da Cara Preta" era uma ameaça, era algo como "dorme logo, caralho, senão o boi vem te pegar"? Como explicar que eu estava tentando fazer com que ela dormisse com uma música que incita um bovino de cor negra a pegar uma cândida menina? Claro que menti para ela, mas comecei a pensar em outras canções Infantis, pois não me sentiria bem ameaçando aquela menina com um boi toda noite...
Que tal! "Nana Neném que a Cuca vai pegar..."?
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Caramba!... Outra ameaça! Agora com um ser ainda mais maligno que um boi preto! Depois de uma frustrante busca por uma canção infantil do folclore brasileiro que fosse positiva me deparei com a seguinte situação: O brasileiro tem é trauma de infância!!!! Trauma causado pelas canções infantis!!!!
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Exemplificarei minha tese:
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Atirei o pau no gato-to-to
Mas o gato-to-to não morreu-reu-reu
Dona Chica-Ca-Ca admirou-se-se.
Do berrô, do berrô que o gato deu
Miaaau!
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Para começar, esse clássico do cancioneiro infantil é uma demonstração clara de falta de respeito aos animais (pobre gato) e incitação à violência e a crueldade. Por que atirar o pau no gato, essa criatura tão indefesa? E para acentuar a gravidade, ainda relata o sadismo dessa mulher sob a alcunha de " D.Chica ". Uma vergonha!
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Eu sou pobre, pobre, pobre,
De marré, marré, marré.
Eu sou rica, rica, rica,
De marré de si.
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Colocar a realidade tão vergonhosa da desigualdade social em versos tão doces!! É impossível não lembrar do amiguinho rico da infância com um carrinho fabuloso, de controle remoto, e você brincando com seu carrinho de plástico... Fala sério!!!
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Vem cá, Bitu! Vem cá, Bitu!
Vem cá, meu bem, vem cá!
Não vou lá! Não vou lá, Não vou lá!
Tenho medo de apanhar.
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Quem foi o adulto sádico que criou essa rima? No mínimo ele espancava o pobre Bitú.....
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Foi por causa da (nome de pessoa)
Que não soube remar.
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Ao invés de incentivar o trabalho de equipe e o apoio mútuo, as crianças brasileiras são ensinadas a dedurar e a condenar um semelhante. Bate nele, mãe!
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Samba-lelê tá doente,
Tá com a cabeça quebrada.
Samba-lelê precisava
É de umas boas palmadas.
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A pessoa, conhecida como Samba-lelê, encontra-se com a saúdeDebilitada e necessita de cuidados médicos. Mas, ao invés decompaixão e apoio,a música diz que ela precisa de palmadas!
Acho que o Samba-lelê deve ser irmão do Bitú!!!...
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O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou.
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou...
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Como crescer e acreditar no amor e no casamento depois de ouvir essa passagem anos a fio???
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O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada.
O cravo ficou doente,
A rosa foi visitar;
O cravo teve um desmaio,
A rosa pôs-se a chorar.
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Que coisa terrível! E ainda incita a violência conjugal (releia a primeira estrofe). Precisamos lutar contra essas lembranças, meus amigos! Nossos filhos merecem um futuro melhor! Ah!!! você esqueceu desta:
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Passa, passa três vezes...
A última que ficar tem
mulher e filhos que não pode sustentar...
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Aí começa o desemprego. É pra rir ou pra chorar ? Vou voltar para o Brasil e entrar em alguma comunidade como fake.
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Fred Mika
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