segunda-feira, 27 de novembro de 2006

O tsunami passou. Agora é construir um horizonte novo!



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Hoje em dia todo mundo sabe o que é um tsunami, assim fica mais fácil fazer uma alegoria. O negócio é uma onda grande demais e que faz um monte de estragos quando invade a terra, arrastando tudo que passa e derrubando tudo que encosta. A primeira reação (imagino) de quem enfrenta uma tromba d’água dessas é o desespero de ver aquele monturo de água chegando desembestado. Depois que passa e detona tudo, a sensação que vem é de alívio: “Ufa! Já passou!”. Mas isso é uma latada, porque nem toda a água que invade os territórios planos fica por lá, um monte de água retorna para o oceano, e guardadas as proporções é como se fosse uma ressaca do tsunami. Água que foi, água que volta. Simples assim.
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Pois hoje podemos olhar pra trás e ver que o tsunami passou. Começou com a antecipação da porrada, e aí foram tempos e tempos de preparação, negociações, verificações, agendas, horários, planos, credenciais, favores pedidos, favores atendidos, favores negados, tudo pra chegar na sexta feira e descer lenha. Aí então foram três dias de rock intenso, muita gente de fora, correria, muita gente trabalhando feito doido, expectativa nas alturas, stress, tensão, cansaço (ô rampa maldita!!), cachaça, sono e a expectativa de sobreviver a tudo isso.
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Sobrevivemos. Olhamos pra trás e vemos que a terra devastada nem estragou tanto assim, as pessoas começam a mostrar a cabeça pra fora das tocas, o sol brilha tímido e surge aquele jeitão de que tudo vai voltar ao normal. E aí reside a impossibilidade. Nunca mais vai voltar a ser o que um dia foi, o que era.
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O 12º Goiânia Noise Festival cindiu os tempos do rock independente, goiano ou não. Sim, foi um divisor de águas, pela ousadia, pelo atrevimento, pela concepção e pela competência. Agora que passou o turbilhão, as coisas precisam ser realinhadas, e tendo esse referencial de ação feita, tendo esse referencial de festival grande.
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Essa é a primeira coisa que não pode voltar a ser como era: o Noise assumiu-se grande. Como bem analisou meu amigo André Alemão, o Noise rompeu de vez com o underground, e antes que pareça que eu digo isso com mágoa ou revolta, ou até mesmo alguma ponta de crítica ou cinismo, não faço julgamento de valores aqui, mas apenas uma constatação. O Noise vai continuar vinculado ao rock independente, claro, isso não se questiona. Mas que ninguém imagine novamente ver o Noise associado ao termo underground, porque ele não é. Acredito eu que já a algum tempo não queria mais essa associação, mas não conseguia decolar por motivos os mais variados e diversos possíveis, que nem me cabe apontar.
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Dessa vez ele decolou, em grande estilo e elegância, e o que é melhor; com sustentabilidade. Não acredito no Noise menor no ano que vem. No 13º festival, com seu número místico, o festival vai, no mínimo, se manter nessa estatura. Isso porque as parcerias feitas foram muito valorizadas em todos os momentos, mesmo incomodando puristas, idealistas ou clientes de outras lojas de eletros, o nome da empresa patrocinadora foi valorizadíssimo por todo o evento, fosse nas projeções em todas as paredes possíveis (dentro e fora do teatro), fosse nas apresentações das bandas antes dos shows, fosse em todo o material de mídia do evento.
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A proximidade com o poder público foi feita com cuidado e sutileza, revelando uma cara do rock que o poder público não conhecia. As bandas e produtores de fora exaltavam a todo instante a qualidade técnica do evento e o cuidado humanizado com que todos foram tratados. Tudo prova de que agora só se anda pra frente, no contínuo que foi feito nesses doze anos de eventos, o Noise agora deu outro salto e não consegue voltar mais. E alguém acha que isso tudo é alguma surpresa?
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Os Monstros já mostraram tino comercial e vontade de fazer esse negócio render, e por isso já tomaram pedradas aos montes, algumas até muito coerentes é preciso que se registre. Mas o 12º (esse número ainda vai virar símbolo!) mostrou o tamanho do profissionalismo de quatro caras, conduzindo um evento dessa magnitude com perfeição. Falhas houveram, claro, e algumas falhas bem bobinhas e que não precisavam acontecer, mas no geral o festival foi um sucesso.
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Esse foi o tsunami que passou. Respiramos aliviados porque novamente sentimos o pé no chão, voltamos à Matrix normal dos nossos cotidianos burocráticos e agora a pergunta já surgiu no orkut: o que acontece agora depois do Noise?
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De imediato, nada vai se perceber de diferente. O impacto ainda é recente. Mas no médio prazo as mudanças vão surgir. Isso porque o Noise criou uma categoria em GoiâniaTown que não existia, a do Festival Grande. Bananada, Marmelada, Vaca Amarela, para não falar em outros mais novos, agora todos foram colocados na categoria de Festivais Médios. Festivais que acontecem no Martim Cererê, por exemplo, e que são importantes demais para a cena rock, que são fundamentais para a cidade continuar parindo bandas e formando público.
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E além disso, essa segmentação finalmente realizada dá nova força aos Festivais pequenos ou shows regulares e constantes que existem na cidade. Não são todos os festivais que conseguem ser grandes como o Noise, e o melhor disso tudo, não são todos os festivais que querem ser grandes como o Noise. Muitos festivais querem continuar menores, toscos ou não, seja por ideologia, seja por querer se diferenciar dos Monstros, seja para manter a autonomia independente de não precisar de um patrocinador ou o poder público.
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Eu já bati muito na tecla da profissionalização dos eventos, mas agora com essa segmentação definida, tudo fica claro. Os festivais que se quiserem grandes tem um parâmetro de comparação agora, e que persigam esse nível de excelência, se possível para superá-lo. Os festivais médios já possuem seu know-how estabelecido, e tendem a seguir suas vocações, com alguns preferindo optar pela espontaneidade e liberdade criativa naturalmente associadas à falta de parceiros grandes. E outros festivais médios vão buscar se organizar melhor, ser uma vitrine mais iluminada para aquelas bandas que procuram essa visualização. Então teremos a diferenciação entre um Vaca Amarela e um festival no DCE. Tranqüilo, porque possuem públicos os dois e porque podem seguir seus caminhos sem preocupações de comparações indevidas.
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E que maravilha que existam, e sempre vão existir, os eventos menores (em tamanho, não menores em importância!) como o Capim Pub, a Ambiente, a Horda, o Porão, os shows no República porque também para estes eventos o público existe aos montes na cidade, quiçá na região. E novamente cada um vai poder seguir sua vocação.
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O 12º Goiânia Noise mostrou que os festivais e eventos podem ser distintos, sem ser separados. Podem ter orientações e opções estéticas e políticas antagônicas, mas ressaltando que antagônicos são os projetos e não quem os projeta. Nunca tivemos tão próximos da real união da cena, agora que sabemos que os diferentes poderão ser tratados com suas diferenças, de forma diferente.
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Posso estar soando idealista e sonhador novamente, e isso pode até ser efeito do fim de semana imerso em rock e gente legal, mas acredito firmemente que agora temos o parâmetro necessário para cada um trabalhar em paz. Do jeito que quiser, porque todo mundo agora sabe o que é o tamanho grande, o médio e o pequeno, e todo mundo sabe que eles são alternadamente base/sustentação e também adereço/cobertura de uma cena que se constrói de forma esquizofrênica, mas forte.
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Agora finalmente chegou a hora de sonhar com outra categoria de evento que se faz necessária. Agora Goiânia pode sonhar com um verdadeiro festival de rock, numa fazenda afastada, em que as pessoas possam acampar e passar o fim de semana inteiro em união com outros lokis semelhantes e o rock. Um festival que traga saudosas lembranças de tudo que ouvimos de um evento que mudou o mundo. Um festival – que torço para que alguém realize, porque eu não sou produtor – que possa mostrar para todos que a tradição rural de Goiânia pode abrigar o rock independente em seu pasto, debaixo de suas árvores, revirando bosta de vaca depois da chuva, tomando banho de chuva ou nadando no “córgo”.
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Entramos na quinta série. Agora tudo vai ser diferente, gostem ou não, “duella a quien duella”, como diria o bufão alagoano.
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O tsunami passou, e nas terras encharcadas veremos nascer muitos jardins.
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
eduardoinimigo@gmail.com
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quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Banda paulista é finalista de concurso mundial da BBC

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da BBC Brasil
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A banda Sweet Cherry Furry, de Santos (SP), foi selecionada como uma das sete finalistas do concurso Generation Next, promovido pelo Serviço Mundial da BBC.
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O grupo é formado pela vocalista Marcella Marinelli, os guitarristas Guilherme Santos Peres e Marina Ginde, a baixista Mariana Serafim, a baterista Mariana Salomão e a tecladista Isabela Corrêa Ferro. Eles inscreveram a canção Cold Blonde Body.
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"O grupo vem tocando regularmente no Estado de São Paulo desde 2004", diz Guilherme. "Nós valorizamos a diversão despretensiosa. Somos influenciados por bandas como Sahara Hotnights e New Order", continua.
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Em Londres
A competição tem o objetivo de revelar novos talentos da música e contou com a participação de mais de mil bandas e artistas de vários países. Além do grupo brasileiro, as outras seis bandas escolhidas para a etapa final da competição são MLK (EUA), Stefan (Grã-Bretanha), Serpatin (Sibéria, Rússia), Mishkini (Gana), Skagz (Grã-Bretanha) e NIC (Malaui). As únicas regras estabelecidas pela organização eram que os integrantes deveriam ter 18 anos ou menos e entrar na competição com músicas originais.
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Entre os 22 jurados, estão três brasileiros --o cantor Ed Motta, o mutante Sérgio Dias e o editor da revista Bizz, Ricardo Alexandre.
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Eles vão escolher três bandas que receberão como prêmio uma viagem a Londres no início de dezembro para gravar suas músicas ao vivo em um estúdio da BBC.O programa deve ser transmitido pelo Serviço Mundial da BBC entre os dias nove e dez de dezembro.
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Bateristas fazem megaencontro no ABC em busca do recorde mundial


da Folha Online
No dia 3 de dezembro, acontece mais uma edição do Bateras 100% Brasil, evento que busca o recorde de bateristas tocando juntos. O megaencontro acontecerá no Paço Municipal de Santo André, às 12h30, e terá participação dos guitarristas Wander Taffo e Luis Carlini.
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O evento teve sua primeira edição no festival Porão do Rock de 2000, em Brasília, com 64 músicos. A meta é aumentar gradativamente o número de participantes até chegar ao Guinness, o livro dos recordes. A reunião brasileira já detém o recorde sul-americano, conquistado em 2002 em Brasília, com 88 bateristas.
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A marca mundial é de 264 bateristas, que se reuniram no aeroporto de Washington (EUA) sob o comando do maestro da Orquestra Sinfônica de Seattle. O recorde foi obtido em 3 de março de 2003.
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Idealizado e coordenado pelo baterista Dino Verdade, o projeto está recebendo inscrições de interessados. Para participar, o baterista deve se inscrever nas lojas Reference de Santo André (0/xx/11 4992-5243) e de São Bernardo do Campo (0/xx/11 4337-2112) e no Instituto Bateria Beat, em São Paulo (r. João Moura, 993, tel. 0/xx/11 3898-1949). A taxa de inscrição é de R$ 15.
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No dia da apresentação, cada participante deverá levar sua bateria (equipamento completo sem ton-ton, um prato e tapete). Serão executados trechos de composições, entre elas "We Will Rock You", do Queen. Haverá dois ensaios, no parque central de Santo André (dia 25 de novembro, às 15h) e no local da apresentação (dia 2 de dezembro, às 15h).
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Cada baterista ganhará um prato splash, um par de baquetas, uma camiseta em um certificado de participação.
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No evento será sorteada uma bateria e dois pares de tênis.
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segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Fim de semana de excessos

Esse fim de semana fui para fazenda. Ali, na cidade de Anicuns, residência de pessoas de muita importância e generosidade hospitaleira. Fim de semana em fazenda possui fatos típicos e corriqueiros nessa situação, como por exemplo, comer demais.
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Como se come em fazenda, não? Não sei se todo mundo come do mesmo tanto ou somente os urbanóides que se perdem no ambiente rural e estranham tanto silêncio nas noites, tanto céu nos dias e tanto oxigênio limpo o tempo inteiro. E isso dá uma fome dos diabos.
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No sábado me dirigi para lá (uns cento e poucos kilômetros) por volta das onze horas da manhã. Dia quente, acordei tarde graças ao silêncio incomum da minha vizinha do andar debaixo (ela adora ouvir seus hinos numa altura que soa quase indecente para aquele tipo de música) e resolvi não comer nada, deixaria para comer somente na fazenda. Peguei estrada, fui com calma, trânsito tranqüilo, cheguei lá por volta de depois das doze um pouco. Fome, muita fome.
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E para minha satisfação e júbilo o almoço seria rabada. Cabe explicar que eu gosto muito de comer, é um dos maiores e melhores prazeres que possuo na vida, agora rabada e feijoada são prazeres quase cósmicos, cármicos, telúricos e todos os adjetivos trissílabos que você quiser escolher. Eu adoro essas comidas, e logo na seqüência um bom Caruru, uma moqueca chegada na pimenta ou uma churrascada brutal. Me atraquei com a rabada, divinamente preparada, e devorei algumas dezenas de lascas de rabo de boi. Uma atitude quase suicida, reconheço, porque ao final eu me sentia uma jibóia que engolira um circo inteiro. Lembrando que a rabada desceu saborosa e macia porque fartamente acompanhada de gelada cerveja.
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No domingo outro presente: arroz com suã. Para os que não conhecem, a suã é a espinha do porco, com toda a carne pregada no osso e o tutano que dali mina forte que você puder imaginar. O arroz fica com aquela cor morena que estimula o desejo e algumas pimentas bode semeadas displicentemente fazem esse prato ser uma experiência marcante. E para piorar meu estado glutão, ainda foram assados fartos pedaços de picanha e uma centena e meia de asinhas de frango bem temperadas. Comi asas de frango como se desejasse que a raça nunca mais saísse do chão. A pilha de ossos crescendo na minha frente, e cadê de eu me saciar?
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Mas o mais marcante e vibrante de todo o fim de semana não foi comível, mas sim bebível. O dono dessa fazenda generosa é proprietário de uma garrafa da famosíssima cachaça Anísio Santiago. Tem gente que não a conhece, e eu explico. Uma garrafa dessa cachaça, garrafa normal do tamanho de uma garrafa de cerveja, custa por volta de US $ 300,00. Isso mesmo que você leu, trezentos dólares! É artigo de finíssimo trato, tida e havida como a melhor cachaça do mundo, feita com canas da época do Brasil Império, armazenadas com os maiores requintes de cuidado, enfim... o sujeito generosamente resolve abrir a tal garrafa e me saudar com goles da cachaça dourada.
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Cabe comentar; eu gosto de cachaça. Aprecio o paladar forte, agressivo, o cheiro doce e a lembrança quente no arroto que sobe ao final de uma talagada certeira. Gosto e coleciono. Comecei uma – ainda – tímida, porém sincera, coleção de cachaça, trazida dos mais variados locais e origens. E não sou colecionador de manter guardadas minhas belezas, eu as consumo, principalmente quando alguém também apreciador de boa pinga se encontra por perto. Posso dizer então, que entendo um pouco de cachaça.
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Mas nada poderia ter me preparado para aquilo. E o clichê é o mais honesto possível. A cachaça era um beijo de deus, um sopro de fadas ardentes, um troço de outro planeta. Além de generosamente abrir a cachaça e brindar meu aniversário (dia 08 de novembro), ainda resolveu que iríamos consumir toda a garrafa naquela noite. E teríamos consumido certamente, porque em menos de alguns minutos já “meiávamos” a garrafa sem piedade nem acanhamento. Mas resolvi parar.
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Depois dos quartos ou quintos goles, a cachaça já não era mais saboreada como merecia, e eu resolvi que deveríamos fechar aquela deusa e nos dedicarmos a alguma outra mais modesta. Possuidor de excelente coleção também, foi fácil repor uma outra garrafa na mesa, e aí nos entregamos como devassos para a pinga.
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O dia seguinte foi suave e tranqüilo. Sem ressaca, sem amargor na boca ou na lembrança, sem arrependimento de nenhuma sorte. Foi inesquecível.
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Anísio Santiago, trezentos dólares que valem cada gota sorvida. Eu recomendo.
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Há braços!
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Eduardo Mesquita
eduardoinimigo@gmail.com
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quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Mitocôndria Produtora de Idéias lança o GUIA GOIÂNIA ROCK CITY!


Por Geórgia Cynara
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A Mitocôndria Produtora de Idéias lança, dentro do 12ª Goiânia Noise Festival, o Guia Goiânia Rock City, um mapa contendo informações sobre os principais lugares ligados ao rock em Goiânia. Com pesquisa de Geórgia Cynara e Homero Henry, design de Orlando Lemos e colaboração de Eduardo Mesquita e Leonardo Santana, o guia vai informar aos públicos local e nacional os principais elos do circuito alternativo da capital goiana, enumerando empresas prestadoras de serviços e locais de entretenimento que se destacam nesse meio. O Guia Goiânia Rock City é uma realização da Mitocôndria Produtora de Idéias, com patrocínio da Monstro Discos, Inside, Studio K, Jump Alternative Club & Cyber, Redrum Underground Wear, Atitude Musical, Musik Hall, Estúdio Casa Velha, Hocus Pocus, Mute Cds e DVDs, Loop Estúdio, Fósforo Records, Alvo Discos, Studio Melody, Distorção Discos, Psicodelic, Vai Tomá no Kuka Bar, Harmonia Musical, Jander Tattoo, Revista Decibélica, Orlando e Gráfica Papillon, e apoio da Maquinária Produtora de Sons, Woodstock Bar, Studio INX e Anti Records.
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Vendido a um preço simbólico de 5 reais, o Guia Goiânia Rock City vai colaborar na valorização talentos e serviços locais diante de outros estados brasileiros e da própria capital goiana, criando oportunidades de profissionalização para artistas e prestadores de serviço; para o resgate e divulgação dos espaços esquecidos ou desconhecidos de Goiânia e a promoção da democratização da cultura goiana, mostrando facetas pouco conhecidas ou não divulgadas pela mídia local.
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Cadeia produtiva
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A Mitocôndria decidiu encarar o desafio e realizar esse mapeamento em razão da atual efervescência cultural alternativa observada em nossa capital. “Entendemos o rock não apenas como sendo um estilo musical, mas como uma vertente cultural marcada pela criatividade e pela ruptura com o tradicional; um movimento intenso e caótico em sua complexidade, responsável pela criação de novos estilos de pensar, se vestir, se divertir, se alimentar”, reflete Geórgia Cynara. “Queremos mostrar à nossa cidade, nosso estado e aos demais estados brasileiros a cadeia produtiva que envolve esse processo cultural em Goiânia – cadeia esta formada tanto por iniciativas já consagradas quanto por aquelas que caminham em busca da profissionalização”, completa.
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O Guia Goiânia Rock City contém a localização de espaços culturais, selos e produtoras, estúdios de ensaio e gravação, equipes de som, lojas de instrumentos musicais, bares, restaurantes, bistrôs, cinemas, sebos, livrarias, lojas de discos, estúdios de tatuagem, lojas de roupas, parques e museus, além de uma lista de telefones úteis a quem mora ou visita a cidade.
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Com o guia, a Mitocôndria Produtora de Idéias quer dar visibilidade a cada parte constituinte dessa cadeia, para que se inicie então um processo constante de melhoria da qualidade dos serviços e conservação do patrimônio e do espaço urbano de nossa capital. “Nesta primeira edição do guia trazemos informações de locais importantes para o rock na atualidade. Mas não vamos parar por aqui. Geórgia e eu já começamos uma pesquisa para a elaboração do segundo guia, que deve ser lançado em 2007”, anuncia Homero Henry.
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Serviço
Lançamento do Guia Goiânia Rock City
Data: 24, 25 e 26 de novembro – 12º Goiânia Noise Festival
Local: Centro Cultural Oscar Niemeyer
Preço: R$ 5,00
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Mais info: www.e-mitocondria.com.br / Geórgia Cynara: 62 9112-3393
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Agora é real!!! Parabéns à Mitocôndria pelo arrojo! Prazer estar perto de vocês!
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Há braços!
Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
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segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Nem Deus afunda o Circuito Decibélica!!

- É esse fim de semana! É esse fim de semana!!!
- Quieta com essa gritaria! Tá maluco??
- É que tá chegando a hora, aquele gordo miserável vai pagar!!
- Pedro, tu tá muito empolgado com essa vingançazinha porquêra que nós vamos fazer. Não é pra destruir o cara, só dar uma lição nele.
- E vamos mesmo, Senhor, dar uma lição. Dessa vez ele vai ver!
- É, dessa vez. Porque não adiantou nada tudo que já fizemos até agora. Ele continua desafiando e falando mal da gente.
- Mas o que já foi feito, Senhor?
- Putz, Pedro, tu deve ter comido peixe de menos na terra. Que memória ruim do cacete! Primeiro ele nasceu feio daquele tanto.
- É verdade. É feio.
- E ainda tiramos um pouco do juízo dele, o que fez com que ele quisesse ser ainda mais feio. Já viu o tanto de piercings que ele tem?
- Não passa em porta de banco de jeito nenhum. O homem é uma vitrine de ferragista.
- Hum.... rsrs. Vitrine de ferragista foi massa, Pedroca. Tu não é de todo perdido.
- Ôu, valeu, Senhor. Estamos aí!
- Pois bem, daí nós fizemos o cara ser gordo, mas muuuito gordo.
- Isso também não adiantou nada.
- Adiantar? Pôrra nenhuma, e o sacana ainda curtiu com isso. Passou a usar o apelido de “Porcão”. Miserável!
- Porcão é o que ele é mesmo, Senhor. Um porco grande.
- Putz, Pedro, essa foi triste. Quieta um pouco. Depois ferramos com o trabalho do cara, acabamos com a mamata.
- É... também não adiantou lhufas. Ele montou loja.
- Loja, bar, estúdio, casa de shows, uma coisa eu reconheço, o desgraçado é duro na queda.
- Ainda bem, com aquele tamanho, se caísse! Já pensou, Senhor?? Hahahahahaha
- Pedro, te controla. Dessa vez vai dar certo, ele juntou com uma cambada de gente... nem te conto.
- E quando vai rolar?
- Já começou. Aguarde os acontecimentos.
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Três dias depois. A Segunda Edição do Circuito Decibélica tinha rolado em Palmas. Porcão, Gustavo e Beto Decibélica à frente de tudo, muita correria, muito imprevisto, muito quase... mas o festival foi um sucesso. Doações aos montes, gente pulando, shows inesquecíveis, momentos marcantes nas memórias.
Na eternidade os dois maiorais se encontram novamente.
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- E aí? Deu certo?
- Nada. O tal Porcão continuou falando mal da igreja, usando desenhos profanos, cruzes invertidas, urrando aquilo que ele chama de música, xingando meus papas todos, o cara é um possesso. Acho que vou mandar um dilúvio naquela terra.
- Mas nada deu certo? O que o Senhor fez?
- Lasquei uma dengue em um dos tais “organizadores”. Cagava e deitava o dia inteiro. Achei que o gordinho não ia conseguir olhar pra fora do hotel.
- E ele conseguiu?
- Conseguiu? Ele foi pro show!! O maldito levantou e foi pro show!! Ainda ficou recolhendo assinaturas naquela revista dele, conversando com Eu e todo mundo. Não consegui derrubar o sujeito!
- Mas se foi só isso que o Senhor fez...
- Tá maluco, Pedro?? Tá maluco!!?? Que pôrra de só isso, rapá!? Arrumei um monte de confusão pra um baterista que ia tocar lá.
- E ele conseguiu ir, Senhor?
- Não.
- Aleluia! Então foi um sucesso!
- Foi merda! Arrumaram um outro doido batedor de tambor pra ir no lugar. Fiquei tranqüilo, porque como eles iam conseguir tocar juntos se nunca tinham ensaiado.
- Então o show foi um desastre?
- Desastre é outra banda. Mas o show foi um sucesso, e o tal espancador de tambor ainda foi elogiado por todo mundo. Pensa!
- Que coisa!
- E quem arrumou o batedor de bumbo foi o pulha que devia estar de cama ou de vaso, com dengue.
- Mesmo!?? Como ele fez??
- Adora telefone, esse descontrolado. Deve ter deitado com o telefone, porque ligou pra três bandas, mas no fim conseguiu resolver.
- E os caras foram pro show numa boa, sem problemas?
- Que nada! Detonei dois ônibus dos caras, fiz eles trocarem de condução três vezes, arrumei desconforto de todo jeito, até cheiro de queimado dentro do ônibus eu providenciei. Isso parou os malucos? Que nada! Ainda ligaram pro dengoso pra dizer que não iam, e o doido conseguiu convencer os caras a irem. Putaquipariu!!!
- Senhor!!
- Ah, não fode. Os caras são osso duro.
- É, depois disso eu também desistia.
- E quem desistiu, filisteu?? Tá maluco!? Pedro, eu ainda te racho a cara! Eu arrumei uma vereadora pra tentar fechar o boteco do tal Porcudo, mas a mulher virou motivo de chacota e de piada. E o tal do Porco ainda fez gracinha com o nome dela no show. Disse que o outro nome dela é “Vaca”. Todo mundo se acabou de rir.
- Mesmo?
- Até eu ri nessa hora, tenho que admitir. O sacana é engraçado mesmo, com aquela maquiagem ridícula na cara e falando de vilão de desenho animado.
- Mas Senhor...
- Tá, tá, já passou. Depois eu ia pegar uns outros de outra banda que já me desafiaram. Uma tal de SangueSuga, SempreSeco, sei lá esses nomes estranhos. Esses também me desafiaram.
- Como?
- Fizeram uma música boca suja falando de minhas partes íntimas, só porque não concordam com o que outras pessoas falaram que eu era. Nem tentaram me conhecer e já vieram esculhambando. Mas um deles não deixou isso acontecer mais, felizmente.
- Então não provocam mais.
- Não provocam?? O tal de vocalista, um sujeitinho feio, mal feito, metido a besta me desafiou num show deles dias desses. Tá no YouTube Pedro, ele me dizendo “Vai Deus, manda seu melhor golpe”. Êita que eu quase desci um raio na testa dele, e olha que não dava pra errar porque a testa do sujeito é gigantesca, mas me controlei. Babaquinha!
- E mandou uma dengue nele?
- Nah, tentei bagunçar com a garganta, mas o cabeludo com cara de assassino serial da banda descobriu uma pastilha que ajudou o porcaria. Isso porque eu tentei bagunçar o intestino do baixista Corumbá, mas ele também se recuperou.
- É, aí eu também desistia.

PAF!!!

- Ai, Senhor! Que foi?
- Pra parar de falar merda. Eu ia desistir, Pedro? EU IA DESISTIR?? Nunca!
- Mas...
- Ferrei o ônibus deles também.
- Então eles não conseguiram chegar.
- Humpf... conseguiram. Atrasaram uma hora mas nem ligaram. Estavam tão eufóricos com o show, que nem notaram atraso.
- Caraca.
- Depois eu atrasei o vôo de uma outra banda. Danifiquei os pratos do baterista fumante deles, um tiozinho gente boa. Mas nada adiantava, os caras parece que gostam muito desse tal de rock. E ainda falam que rock é coisa do diabo. Eu devo ter inventando essa trôlha e não me lembro, todo mundo adora!
- E aí?
- Hein?
- E aí, o que mais rolou?
- Ah, é verdade. Mandei mormaço abafado.
- Quiseram desistir?
- Nada, parece que lá é normal. Nem olhei o guia também. Mandei chuva.
- Aí eles pararam.
- Pararam merda. Até acharam bom, porque refrescou o clima. E lá veio o tal do Porcão xingar igreja, papa e o diabo.
- O diabo também?
- Não, figura de linguagem. Ninguém nem lembrou de diabo.
- Nem lembrou?
- Bão, teve uma banda lá com uma bandeira dum bodão meio diabólico, mas não entendi nada que eles falaram. Então nem sei...
- Ninguém lembrou do diabo?
- Não. Já falei que não, eles não falam de diabo. O tal feio que tá no YouTube fala de política, fala de assassinos, mortes, mas não fala de diabo. Tinha uns tiozinhos incansáveis também, do baterista fumante, Cólera, Raiva, um troço assim. Esses que não faziam lembrar do diabo mesmo, só falavam de reflexão, de melhorar o mundo, de salvar o verde, de...
- Senhor, tá percebendo alguma coisa?
- Ih, pior.
- Quanto custou pra entrar nesse show, Senhor?
- Leite. Três litros de leite.
- E esse povo bebe leite?
- Nada. Era pra doar para um Hospital de Câncer que tem... êita ferro!
- É...
- Os caras tavam fazendo um negócio do bem, Pedrão! E eu atrapalhando. Que latada!
- Pior, dessa vez a pisada quase foi feia. Ainda bem que os caras são meio teimosos, né?
- Teimosos? Putz, bota teimosia nisso. Pra organizar show de rock deve ter que ser muito teimoso mesmo, né Pedro?
- Não entendo muito, mas se for sempre assim. A gente implicando e eles indo em frente.
- Mermão, deixa esse Porco xingar a igreja, tem uns loucos lá mesmo. Ele deve até estar certo. Putz, quase que eu estrago um troço bom desses. Hospital do Câncer então, hein? Fiu...
- (Pedro vai saindo) Eu falo que ele faz merda também, mas acha que é infalível. Dá nisso.
- Pedro, eu estou te ouvindo, anta!

A Segunda Edição do Circuito Decibélica teve que enfrentar céus e terras, intempéries e imprevistos, problemas e doenças, e fui um festival ducaralho! Porcão falando mal da igreja daquele tanto ia acabar chamando atenção de alguém grande, mas agora tá tudo resolvido. O rock é do bem!
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Parabéns aos organizadores do evento! Às bandas que tocaram, especialmente o Cólera que deu aula do que é um show destruidor e furiozzo, com mensagens positivas e muita energia. Nós, do SANGUE SECO, já colocamos esse como um dos melhores shows da nossa curta existência. Inesquecível!
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Há braços para o povo de Palmas que fez a festa ficar ainda mais linda!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
eduardoinimigo@gmail.com
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sábado, 11 de novembro de 2006

Já realizou um sonho?

Fala sério, já realizou algum sonho? Tipo coisa que você pensa quando é guri e depois de adulto consegue fazer. Já?

Vai ser amanhã. Eu vou abrir o show para o Cólera. O SANGUE SECO vai abrir o show para o Cólera.

Como eu disse uns posts abaixo, eu conheci Cólera num aniversário, e vi que aquilo era o que eu queria ouvir o resto da vida. E agora eu estou numa banda e vou tocar com o Cólera. Vai ser amanhã.

Estou contando os minutos.

Depois eu conto como foi.
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
eduardoinimigo@gmail.com

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Novo CD do Carbona encartado na OutraCoisa

Deu na Dynamite On Line - www.dynamite.com.br - 09/11/2006 horário: 00:08:45

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A banda carioca Carbona acaba de lançar seu novo álbum, intitulado “Apuros em Cingapura”.
O disco está encartado na nova edição da revista Outracoisa. Já lançaram discos dessa mesma maneira nomes como Cachorro Grande, Cascadura, Arnaldo Baptista, Plebe Rude, Rogério Skylab e Lobão.
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Agora é correr pra banca, comprar a revista e preparar para o show do Carbona no Goiânia Noise! Iêba!
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
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Rock vira curso superior em universidade gaúcha .

Essa saiu na Folha de São Paulo. Notícias boas vindas dos pampas! É Frank Jorge fazendo história. De novo.
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10/11/2006 - 05h30
DIÓGENES MUNIZ
RICARDO PIERI da Folha Online
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Em um filme de 2003, o ator norte-americano Jack Black ministrou aulas de rock'n'roll a uma turma primária. A idéia meio absurda que levou Richard Linklater a filmar "Escola do Rock" (School of Rock) ganhou contornos na Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), no Rio Grande do Sul.
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Em março de 2007, uma sala com cerca de 40 alunos inaugura o ano letivo de Formação de Músicos e Produtores de Rock. Dois anos e seis meses depois estará graduada a primeira turma de roqueiros por formação acadêmica do Brasil. As inscrições para o vestibular da Unisinos estão abertas até 29 de novembro e podem ser feitas apenas pela internet. O site da universidade diz que "as provas vão rolar no dia 2 de dezembro".
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Para o idealizador e futuro coordenador do curso, o roqueiro gaúcho Frank Jorge, 40, (ex-Cascavelletes, ex-Graforréia Xilarmônica, ex-Cowboys Espirituais) a proposta não é enquadrar o rock, nem banalizar a academia. "Acho que não tem possibilidade do curso parecer careta. Não queremos enquadrar o rock", diz. Formado em Letras, ele também pretende dar aula de História do Rock.A graduação, que não possui registro no MEC, será dividida em quatro módulos: "Construção de referências musicais", "Identidade musical e elaboração de repertório", "Produção musical" e "Preparação da carreira". Os alunos terão aulas como Direito autoral, Desenvolvimento da carreira musical e Laboratório de rock --este último em parceria com estúdios. O curso ainda vai compartilhar 20% de seu currículo com outras salas da Unisinos, como de Antropologia e Ética.
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O incentivo para Jorge pensar na graduação veio em maio deste ano, de uma provocação do poeta Fabricio Carpinejar, coordenador de Formação de Escritores e Agentes Literários na Unisinos. "Ele lembrou que a universidade não tinha curso de música", diz. O roqueiro gaúcho pensou então em uma graduação que gostaria de ter feito há 20 anos atrás, quando começava sua trajetória musical. "No início, pareceu um negócio meio maluco. Mas não estou preocupado em formar grandes expoentes do rock nacional, mas pessoas que vão adquirir conteúdo. O cara vai ter que entender, por exemplo, da tropicália e seu rompimento de barreiras."
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Segundo Jorge, é preconceituoso apontar que o curso reforça a espetacularização da academia. "Já me disseram que rock se aprende na Pompéia, não na universidade, mas chega a ser preconceituoso alguém imaginar que ele não possa ser estudo seriamente, com profundidade. Também não há porque aliar a idéia de academia com algo chato."Outra questão que intriga é a da disciplina. Afinal, na escola do rock "há de ser tudo da lei"? Para quem pensa em alunos embriagados, fumando na sala de aula e professores quebrando instrumentos em cima da mesa, Jorge dá um alerta. "Quem se inscreveu no vestibular vai se dedicar, vai ter que estudar. Nisso, não difere de outro curso."
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http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u65940.shtml
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
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terça-feira, 7 de novembro de 2006

Blogger sucks!

Por algum motivo que não entendo (e se alguém entender, sinta-se livre para me ensinar), não consigo mais colocar imagens nos posts. Mas como se isso fosse pouco, o Blogger apagou um post inteiro, o penúltimo que se chamava "Não pergunte ao peixe" e que gerou essa resposta aí abaixo do Capilé.
Vou repostar o texto hoje à noite, por enquanto ficam as minhas desculpas por esse serviço mal feito.
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Há braços!
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Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei
eduardoinimigo@gmail.com
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segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Pergunta pro peixe sim! O esquilo não sabe nada.

Cara, a melhor coisa do mundo é levantar uma discussão e ter debatedores de nível e de conhecimento, porque a coisa anda e cresce, mesmo que com contradições aparentes, mesmo que nem sempre haja concordância, mas o conceito permanece forte e as argumentações alimentam as discussões e não os egos.
O último post gerou essa resposta abaixo do nobilíssimo Pablo Capilé, do Espaço Cubo, de Cuiabá. Grande contribuição. Quiçá surjam outras, de outros foras do eixo, gritando aqui. O blog está aberto para gritos de todo mundo, então trata de participar, bota a cara na janela e entra na conversa. Agora quem fala é Dom Pablito, meu compadre cuiabano. Diga Pablo, pode gritar!!
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Caro eduardo, muito bacana o seu texto, dando continuidade ao debate estabelecido no post anterior, e levantando algumas questões que provocam as mais diferente leituras ou seja, não existiram incompreensões e sim pontos0 de vistas distintos que podem vir a ser complementares caso os emissores e os receptores estiverem realmente dispostos que isso aconteça, ao invés de propagar pseudo-milindres baseados nas diferenças. Já de começo discordo da metáfora do peixe. Não é para o esquilo que eu vou perguntar sobre a água, e sim para o peixe. O peixe sabe muito mais de água que o esquilo.
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O peixe conhece os detalhes da água, a qualidade da água, e fala da água com a propriedade de quem nasceu, cresceu, e se desenvolveu dentro dela. Mas dento da água existe o bagre e existe a peraputanga. O bagre vive la embaixo, submerso como você disse, alimentando-se das sobras e das ervas(na maioria das vezes daninhas), e é tão preguiçoso que não se da ao luxo nem de olhar pra cima um pouquinho e observar os procedimentos da peraputanga. Já a tal peraputanga, é o que podemos chamar de "peixe-correria", atravessa o rio de um lado pro outro, desce para ajudar o bagre, salta para visualizar o melhor caminho, e ajuda a direcionar os "pacus", "Piavas", "Dourados" que nunca sabem se descem pra fazer companhia ao bagre ou se correm junto com a "peraputanga". Pra você ter uma idéia.
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O bagre é direcionado pela sobra da comida da "peraputanga" e mesmo assim prefere levantar duvidas a respeito da correria dela ao invés de olhar pra cima e observa-la. A peraputanga, ciente dessa preguicite do bagre, não foge da responsabilidade de ser refém do esclarecimento, e da rasantes bem próximos do bagre, tentando estimula-lo pelo menos levantar o bigode. E além de tudo isso o bagre é aquele que prefere seguir sozinho criticando a peraputanga, do alto de sua sabedoria bagral ao invés de auxiliar a peraputanga a explicar a todos os peixes como potencializar ainda mais o riO valorizando os afluentes. O bagre, prefere se afastar do coletivo pois sonha em viver nas águas dos garimpos, onde somente peixes cascudos e oportunistas sobrevivem. E la é que esta o ouroJ!
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E acho que é sobre isso que você esta falando né, sobre a luta incessante da peraputanga em mostrar aos outros peixes que a preguiça só atrapalha na CORREDEIRA do rio, deixando claro que a idéia não é que todos virem peraputangas e sim que os outros peixes corram bastante como elas estão correndo e não se esquivem de suas responsabilidades. O rio é de todos, e para todos, mas sabemos que muitos querem domina-lo, querem privatiza-lo, querem patentear todas as suas riquezas, e é contra isso que lutamos. Contra o sonho do "bagre que virou Sereia". A sereia é só a fantasia criada pelos que querem transformar a Peraputanga em Estrela do Mar! Nada mais belo que a pororoca para apadrinhar esse debate.
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Há-nadadeiras!